PCDF ignora interesse público ao liberar “gestores” para evento

2 de junho de 2018 - 21:16

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Evento ocorre em Paris, entre os dias 11 e 15 de junho (Foto: Divulgação)

Da Diretoria Executiva

A notícia que circula nesta sexta, 1º de junho, acerca da participação de dois gestores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no Salão Internacional de Segurança e Defesa Terrestre e Aérea (EUROSATORY 2018), que ocorrerá em Paris, na França, entre os dias 11 e 15 de junho, poderia até sugerir a preocupação da alta cúpula da instituição com a melhoria dos serviços prestados à sociedade. Na prática, contudo, não é o que parece.

Para o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), essa é mais uma demonstração que a administração da PCDF tem ignorado completamente o sucateamento pelo qual tem passado e, sobretudo, continua tomando decisões equivocadas.

Enquanto os dois gestores – Mabel Correa e Jefferson Lisboa, respectivamente diretores dos departamentos de Polícia Especializada (DPE) e Polícia Circunscricional (DPC) – participarão do evento com todas as despesas pagas pela Polícia Civil, no período entre os dias 8 e 17 de junho, um agente de polícia que solicitou participar de um curso na área de Crimes Cibernéticos, entre os dias 11 e 22 de junho em El Salvador, não terá o mesmo tratamento dispensado aos dirigentes.

As autorizações da direção geral da PCDF para o licenciamento dos servidores, nos dois casos, foram publicadas no Diário Oficial do DF (DODF) na última segunda, 28.

No caso do evento em Paris, porém, deveria ser considerada a participação daqueles que trabalham, de fato, na área de tecnologia, inteligência e operações. Assim, as pessoas mais indicadas a viajar seriam servidores do Departamento de Gestão de Inteligência (DGI), Departamento de Atividades Especiais (DEPATE) ou Departamento de Administração Geral (DAG), que cuida das aquisições e licitações da PCDF.

As viagens autorizadas pela Polícia Civil nesta semana revelam diferença de tratamento entre os cargos da instituição, equívoco na escolha das pessoas que deveriam estar presentes no salão internacional e pouco investimento na qualificação de seus servidores.