Izalci analisou a disparidade da divisão do Fundo Constitucional nos últimos anos (Fotos: Heloísa Abreu/Sinpol-DF)

Da Comunicação Sinpol-DF

Na tarde desta quarta, 13, o deputado federal e pré-candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF) Izalci Lucas (PSDB) esteve na sede do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), onde foi recebido por diretores da entidade e teve a oportunidade de apresentar suas ideias e projetos para a cidade.

Representantes sindicais de base também participaram da reunião e tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas.

O evento foi iniciado com a exposição das principais reivindicações da categoria, sobretudo a necessidade de recomposição salarial ainda no início do próximo governo. O vice-presidente do Sinpol-DF, Paulo Roberto, colocou o atendimento do pleito como questão urgente, uma vez que, diferentemente de todas as demais categorias da União e do GDF, nos últimos dez anos, os policiais civis não tiverem qualquer reestruturação dos vencimentos.

“Não podemos jamais abrir mão da paridade com a Polícia Federal porque ela remonta da criação das instituições, que, inclusive, têm um vínculo legal”, ressaltou.

Representantes sindicais acompanharam a reunião e trouxeram questões ao pré-candidato

Ele pontuou, ainda, uma série de outras demandas que, em razão da falta de vontade política do atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), estão estagnadas, mas não poderão ser ignoradas pelo próximo chefe do executivo distrital. Entre os pontos cobrados estavam a redefinição das atribuições, a implantação do Concurso de Remoção e o fim da escala de serviço de 24 horas de trabalho ininterrupto.

Paulo Roberto destacou também uma série de direitos garantidos a outros servidores, mas negados aos policiais civis, a exemplo do pagamento de horas extraordinárias e daquelas trabalhadas em período noturno, o auxílio-moradia, o serviço voluntário remunerado e o auxílio-uniforme.

O reajuste do auxílio-alimentação foi outra cobrança – já que, hoje, ele corresponde à metade do valor pago aos integrantes das demais forças de Segurança Pública, que, além disso, têm acesso ainda a serviços integrais de saúde e educação para suas famílias.

O vice-presidente Paulo Roberto expôs as reivindicações da categoria

Segundo o vice-presidente do sindicato, a perda de tantos direitos, aliada à estagnação salarial, têm tornado a carreira na PCDF cada vez menos atraente. “Os policias civis são formados dentro da própria instituição, aprendendo no dia-a-dia com o colegas mais antigos”, lembrou Paulo.

“Um bom trabalho policial requer experiência, por isso é tão importante valorizar os servidores. Se não há interesse em permanecer na carreira, a instituição vira passagem. Sendo apenas trampolim para outros órgãos, contaremos cada vez menos com a experiência e os serviços serão comprometidos de forma significativa”, acrescentou.

GESTÃO

Filho de servidores públicos, Izalci iniciou a fala contando um pouco da sua história pessoal e profissional em Brasília. O deputado federal salientou a valorização do serviço público como uma exigência clara para o bom funcionamento do Estado e assumiu também o compromisso de resgate da paridade histórica entre a PCDF e a PF.

Ele afirmou, por outro lado, que a questão só poderá ser resolvida depois de analisada a situação financeira do GDF no início da gestão. “Não podemos nos comprometer a conceder o reajuste no primeiro dia, mas ele deverá acontecer assim que possível”, afirmou o pré-candidato.

“Todas as oportunidades que tive e tudo que tenho eu devo a essa cidade. E eu entrei na política com o objetivo de retribuir”, assegurou Izalci. Ele afirmou ainda não ter interesse em fazer carreira no Congresso Nacional e que não tem interesse em continuar como parlamentar, mas sim aplicar os conhecimentos e experiência, agora, no Poder Executivo.

“Qualquer empresa, mesmo pequena, se for mal administrada, quebra. No entanto, uma cidade complexa como a nossa tem sido administrada por pessoas que não têm o mínimo de perfil, não têm projeto nenhum e não se preocupam com o planejamento”, afirmou o deputado.

Izalci analisou também a disparidade da divisão do Fundo Constitucional nos últimos anos e naqueles próximos à criação. Ele mencionou que, em 2004, 10,67% eram destinados ao Corpo de Bombeiros; 17,56% à Polícia Militar e 22,49% à Polícia Civil. “Nessa mesma composição, em 2018, os Bombeiros têm 12,78%, a Polícia Militar, 28,76% e a Polícia Civil, 14,78%. Houve distorções? Muitas”, frisou o deputado. “Existem manipulações seríssimas do Fundo Constitucional, que, inclusive, estão sendo questionadas pelo Tribunal de Contas”, acrescentou, pontuando ainda a incompetência da atual gestão para gerir os recursos públicos.

“Nos últimos anos, houve a perda de mais de um bilhão de reais do Fundo Constitucional, por conta de recursos não executados, que acabaram voltando para o Tesouro da União”, denunciou o parlamentar.

“No Congresso, só as emendas impositivas equivalem a R$ 300 milhões, mas o atual governo nunca realizou, ao menos, uma reunião com a bancada do DF. Além disso, não consegue executar convênios por falta de projetos e perde milhões de reais em diversas áreas”, acrescentou o pré-candidato. “O governo tem medo de fazer tudo, e acaba não fazendo nada. Para governar, você tem que ter ousadia, criatividade e coragem”, concluiu.

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