Da Comunicação PCDF
Por ampla maioria de votos, os policiais civis do Distrito Federal decidiram, na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) para a tarde desta quinta, 30, iniciar a Operação “PCDF Legal”.
A partir da próxima segunda, 4, eles não realizarão mais nenhuma atividade que fujam às suas atribuições – ao contrário do que ocorre atualmente, pois cada policial civil tem trabalhado com sobrecarga de trabalho e muitas vezes exercendo funções de outros cargos.
Com essa mobilização, a categoria espera esclarecer à população o sucateamento que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vem sofrendo.
A medida é resultado, ainda, da falta de compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) com as reivindicações dos policiais civis, sobretudo, a que exige o envio da mensagem ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) garantindo a manutenção da isonomia com a Polícia Federal.
O Sinpol-DF também reivindica o avanço dos pleitos que não representam impacto financeiro e que estão travados na Direção Geral da PCDF: a atualização das atribuições, progressões funcionais, a normatização do concurso de remoções e da licença-prêmio, entre outras.
FRUSTRAÇÃO
“As últimas semanas foram de frustrações que têm se estendido desde o início do governo. A criminalidade tem aumentado, assim como o sucateamento da Polícia Civil. Queremos oferecer à sociedade um serviço de qualidade, mas talvez a intenção do governador seja, justamente, o contrário”, disse o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”.
Ele lamentou, ainda, que mesmo tendo dado a palavra de que enviaria a mensagem, o governador esteja colocando novas condições para cumpri-la. “Tínhamos a promessa dele, confirmada pelo diretor geral da PCDF e referendada pelo secretário da Casa Civil. Mas, nessas últimas semanas, jogaram um balde de água fria. O governador praticamente retirou o compromisso de campanha”, frisou o presidente do Sinpol-DF em alusão à reunião com Rodrigo Rollemberg ocorrida na última segunda, 27.
A urgência no envio da mensagem, cobrada reiteradamente pelos policiais civis, se justifica pela possibilidade de o acordo que prevê uma recuperação das perdas salariais seguir sem a inclusão desses servidores. “Esse é o melhor momento, pois não podemos perder o prazo de tramitação do acordo da PF entre o MPOG e a Casa Civil da Presidência. O acordo com a PF vai ser mantido, isso já se sabe. Precisamos de atitudes”, cobrou Gaúcho.
OPERAÇÃO “PCDF LEGAL”
A operação que será deflagrada a partir de segunda foi elaborada pelo sindicato junto com a base, por meio dos representantes sindicais. Ela funcionará de maneira gradativa. As orientações dessa primeira etapa estão disponíveis aqui. O material também foi distribuído aos policiais que compareceram à AGE.
O objetivo é aumentar a pressão sobre o GDF até que a categoria delibere por manifestações mais drásticas. “Vamos trabalhar com as condições que o governo nos oferece. Hoje, cada um de nós trabalha por três ou quatro. Temos que dar um basta. A PCDF é feita por sete cargos e a defasagem no efetivo reflete em todos”, pontuou Gaúcho.
Os demais diretores alertaram, contudo, para a necessidade de a categoria se unir com o mesmo propósito. “É esse momento de união e luta que vai determinar nosso futuro. É preciso que todos tenham consciência da luta pela nossa dignidade”, salientou o secretário geral do Sinpol-DF Paulo Sousa.
O diretor de Relações Sindicais adjunto, Fernando Ferreira, disse que só demonstrando força a categoria conseguirá ser valorizada. “Não podemos aceitar que essa situação se estenda. Se fizermos só o que está na lei, a PCDF vai travar”, acrescentou.
O posicionamento da diretoria foi reforçado pelos 12 policiais que subiram ao palco para se manifestar sobre as reivindicações. O discurso dominante foi de que não dá mais para esperar apenas pela boa vontade do governador, enquanto a categoria acumula perdas salariais de mais de 50% e trabalham em péssimas condições.
APOIO
A mobilização ganhou o apoio de parlamentares cuja atuação é afinada à categoria. O deputado distrital Wasny de Roure (PT) disse que a mobilização dos policiais civis é justa porque o diálogo não tem tido resultado. “Esse é um momento crucial para todos vocês. Toda mobilização é necessária. A última reunião com o governador foi decepcionante”, afirmou.
O deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) relatou uma conversa que teve com o presidente Michel Temer há duas semanas, oportunidade em que mencionou a luta dos policiais civis.
“Ele assumiu o compromisso de encaminhar os projetos da PF e da PCDF conjuntamente, mas precisa que o governador encaminhe a mensagem”, anunciou. Bessa também defendeu a isonomia. “Nós não podemos abrir mão dela”, completou.
O deputado distrital e policial civil Cláudio Abrantes (Rede) também discursou em favor da isonomia com a PF e defendeu o envio imediato da mensagem. Ele destacou, ainda, a aprovação, nesta quinta, 30, da Proposta de Emenda à Lei Orgânica (PELO) 31/2015, de autoria dele, que garante a realização regular do concurso de remoção interno para os servidores da PCDF.
“O momento é importante. Vamos lutar para que essa realidade mude nos próximos dias. Já sabemos que dentro do governo há quem concorde sobre o envio da mensagem”, comentou Cláudio.
ASSEMBLEIA PERMANENTE
Além do início da Operação PCDF Legal, os policiais civis decidiram por manter o estado de assembleia permanente. Com isso, caso o acordo da PF vá para a Casa Civil sem a mensagem de isonomia dos policiais civis, o Sinpol-DF convocará, imediatamente, uma assembleia com indicativo de greve.
O Sinpol-DF também aguardará a assembleia que o Sindepo-DF realizará na próxima semana, para discutir as possibilidades de uma mobilização em conjunto com os delegados.
Nos próximos dias o Sindicato publicará a cartilha com as recomendações. Além de disponibilizá-la no site, ela será distribuída nas unidades de trabalho. Durante o fim de semana, a diretoria visitará as delegacias para esclarecer os policiais sobre a mobilização.
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DEVEMOS TER EM MENTE,QUE SE NÃO FIZERMOS O TC,HAVERÁ QUEM SE APROVEITARÁ DO ENSEJO PARA PASSAR A FUNÇÃO PARA A PM.