A questão do baixo efetivo de policiais tem afetado diretamente os trabalhos da Polícia Civil do DF uma vez que a demanda aumentou consideravelmente nos últimos anos.  Cresceu muito o número de delegacias e unidades da PCDF, mas o quadro de servidores permanece inalterado desde 1993. Uma das situações mais críticas é dos escrivães, que têm se desdobrado para atender, na maioria dos casos, mais de uma delegacia. Na tentativa de se encontrar uma solução, o presidente do Sinpol, Ciro de Freitas e o vice-presidente André Rizzo se reuniram com alguns escrivães na sede da entidade, nesta quinta-feira (21). 

“Os escrivães enfrentam um escala de serviço exaustiva, injusta e isso tem causado uma série de transtornos a esses policiais, que sofrem com diversos tipos de doenças, sejam físicas ou psicológicas”, destacou o presidente do Sinpol. Ele informa que a direção geral da PCDF apresentou um paliativo, mas que a solução definitiva e que tem sido amplamente defendida pelo Sindicato é o aumento do quadro, de todas as carreiras, por meio da realização de concurso público.

“De acordo com uma solução provisória apresentada pela direção, escrivães de outros departamentos serão chamados para cobrir as unidades em que a escala não estiver completa. Essa nova sistemática terá início nesta sexta-feira (22), conforme Ordem de Serviço nº 6, da direção geral”, explanou o vice-presidente André Rizzo. “Além disso, o diretor de Polícia Circunscricional tem estimulado os delegados a adotarem a escala de 12×24 e 12×72, já que a escala 24×72 é extremamente exaustiva. Um plantão de 24 horas é desumano no caso dos escrivães”, acrescenta.[Link da circular n° 47)

Mesmo com a implantação da nova escala de sobreaviso, o diretor geral da PCDF, Jorge Xavier irá receber, por solicitação do Sinpol, todos os escrivães para uma reunião, onde poderão explanar, a realidade vivenciada por cada um. O encontro deverá acontecer na próxima semana, com data, horário e local a serem marcados, que serão divulgados pela entidade.

Quanto ao concurso, assunto que também foi tratado na reunião, Ciro de Freitas disse que atualmente encontra-se na Secretaria de Planejamento, já próximo de ser publicado o edital.

De acordo com o presidente do Sinpol, a entidade continuará pressionando os órgãos governamentais e esclarecendo através dos meios de comunicação da urgência no aumento do efetivo dos policiais civis, uma vez que tanto os inquéritos quanto as investigações estão prejudicadas. “Torna-se evidente a baixa produção nos trabalhos, não por falta de empenho dos policiais, mas sim pelo baixíssimo efetivo”, afirma Ciro de Freitas.

Como solução paliativa, o Sinpol recomenda, ainda, aos escrivães que executem somente suas atribuições, realizando, por exemplo, oitivas somente na presença da autoridade policial, conforme recomendação da Corregedoria Geral de Polícia.

 

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