Em razão do incêndio que destruiu parte do Instituto na noite do dia 20 de janeiro, representantes do Sinpol se reuniram com o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Onofre Moraes, para tratar das medidas a serem implementadas.

O encontro aconteceu, na manhã desta terça-feira (24), na Direção Geral da PCDF e contou com a presença do presidente do Sinpol Ciro de Freitas, os vices Luciano Marinho, André Rizzo, os diretores Charles Albert, Sérgio Barbosa e Adriano Macedo, o diretor adjunto da PCDF João Rodrigues; o perito criminal Renato Bezerra; o presidente da ABPC Gustavo Dalton e o secretário Dércio Martins.

Há vários anos o Sinpol e a ABPC vêm alertando às gestões da PCDF sobre possíveis tragédias que poderiam acontecer no Instituto de Criminalística e mostrando a necessidade de reforma já que as instalações são antigas e estão em situação precária.

O fogo, que começou por volta das 21h30, atingiu o setor de protocolo, de serviços administrativos (SAA), os alojamentos masculino e feminino e a copa do Instituto. Cerca de 20 pessoas trabalhavam no prédio fazendo plantão, contudo, no momento do incidente havia apenas duas pessoas no local mais atingido, que conseguiram sair, sem ferimentos, pela janela do prédio, uma vez que a única rota de fuga foi tomada pelas chamas.

O presidente do Sinpol Ciro de Freitas relatou que, no dia anterior à reunião (23/1), o Sinpol visitou os locais atingidos para constatar, in loco, os danos e verificar as necessidades dos policiais lotados no I.C, como forma de ajudar a solucionar emergencialmente o problema. “Os policiais que trabalham no plantão do IC ficaram muito prejudicados, pois estão sem local de trabalho e sem alojamento, então é necessário buscar soluções imediatas para atenuar a situação”, afirma Ciro de Freitas.

Para o vice-presidente do Sinpol, André Rizzo, “o estado em que se encontra o Instituto é uma calamidade e o Sindicato conta com a sensibilidade e dedicação da Direção no sentido de resolver a situação no menor prazo possível”.

Durante a reunião, o diretor do Sinpol e perito criminal Charles Albert  entregou ao diretor Onofre cópias de documentos elaborados pelo I.C no decorrer dos últimos 12 anos relatando a precariedade das instalações, a necessidade de recursos materiais e a carência de recursos humanos. “O diretor-geral não tem responsabilidade sobre o atual estado calamitoso em que se encontra o Instituto de Criminalística, entretanto, ele tem a oportunidade de corrigir décadas de descaso e proporcionar condições de trabalho dignas, como merecem os servidores que engrandecem o nome da Criminalística e da PCDF no Brasil e no mundo”, afirmou Charles Albert.

Segundo Charles, outra preocupação dos policiais é a Seção de Perícias e Análises Laboratoriais (SPAL), pois as condições de manutenção e segurança da Seção são semelhantes às dos outros blocos atingidos, com o agravante de possuir farta quantidade de reagentes inflamáveis, explosivos e tóxicos. “Um incêndio nessa seção pode ocasionar uma forte explosão de proporção que não pode ser dimensionada”, concluiu.

O diretor-geral da PCDF Onofre Moraes disse que vai aguardar a conclusão das perícias no prédio atingido para analisar se poderá haver reforma ou a necessidade de demolição. Afirmou também que irá verificar a possibilidade de transferência do I.C para algum ambiente dentro do próprio Complexo da PCDF, já que há mais segurança do que em prédios externos uma vez que o protocolo recebe as mais diversas provas materiais apreendidas em locais de crimes como: armas, drogas e tudo relacionado a delitos e que necessitam de local apropriado para serem armazenados.

Onofre ressaltou ainda que, apesar do Complexo contar com dois novos prédios, eles não poderiam ser ocupados, pois ainda não foram entregues à administração, haja vista que não possuem certidão de habite-se e sua ocupação iria gerar quebra de contrato e perda de seguro.

O presidente do Sinpol Ciro de Freitas afirma que “o Sindicato vai continuar cobrando instalações adequadas para o I.C e demais institutos que participam do DPT, uma vez que são referências para o Brasil, mas não oferecem boas condições de trabalho aos seus servidores”. Ciro acrescenta que o Sinpol defende um prédio único e moderno para abrigar todos os institutos.

 

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