O Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), o Sindicato do Delegados do DF (Sindepo) e Associação dos Delegados do DF (Adepol) entraram com reclamação disciplinar junto à corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) denunciando a ação de três promotores do Gama, que colocaram supostos bandidos em liberdade, prejudicando a ação da PCDF.

Em tese, de comum acordo, esses servidores do Ministério Público causaram prejuízo em investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Furto de Veículos (DRFV), de modo que colocaram em liberdade, um grupo de assaltantes que vinha agindo no DF, subtraindo veículos e encaminhando-os para outros estados. “A quadrilha, muito bem organizada e com poder aquisitivo altíssimo, foi beneficiada por uma sequencia de atos por parte do Ministério Público”, afirma o presidente do Sinpol, Ciro de Freitas.

“A partir do momento que esses promotores começaram a se declarar contrários às investigações, abandonaram seu dever de ofício para que a quadrilha continuasse presa e pudesse ser oferecida a denúncia à justiça o mais breve possível”, completa o vice-presidente do Sinpol, Luciano Marinho. Dessa forma a juíza, ao se manifestar, disse que colocava em liberdade os suspeitos dos crimes, em razão da inoperância e descaso do próprio Ministério Público com o fato. “Com isso, houve exaurimento de prazo de modo que os suspeitos foram colocados em liberdade”, completa o vice-presidente.

Tanto o Sinpol, quanto Sindepo e Adepol entendem que os atos cometidos pelos promotores decorreram de uma ação pré-ordenada ou de uma omissão, uma vez que pessoas dedicadas ao cometimento de crime foram colocadas em liberdade, sendo que se houvessem agindo em tempo, ainda estariam na cadeia. Além disso, não foi dado continuidade ao sequestro de centenas de milhares de Reais disponíveis nas contas bancárias dessas pessoas, provavelmente oriundas dos fatos delituosos.

Todo esse fato é narrado em uma peça bem substanciada, construída pelas entidades e encaminhada à corregedoria do CNMP: “Esses três promotores devem ser instados a prestar esclarecimentos e aquele órgão precisa ser enérgico. A gravidade dos fatos trazidos à tona necessita de providências”, conclui Marinho.

O Sinpol, Sindepo e Adepol são solidários aos policiais da DRFV e espera-se que essa reclamação disciplinar surta efeito e que os promotores compreendam que embora possam muito, não podem tudo.

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