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Gaúcho fez balanço dos primeiros dias de greve (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

A greve setorial dos agentes policiais de custódia da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está mantida. A categoria decidiu em assembleia convocada pelo Sinpol-DF nesta quarta, 9, prorrogar a paralisação das atividades iniciada na última segunda, 7, até a próxima terça, 15, quando uma nova assembleia será realizada.

Também foi deliberado o estado permanente de assembleia, o que possibilita ao sindicato convocar os policiais civis a qualquer momento, caso haja alguma mudança nas reivindicações.

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Os agentes policiais de custódia reivindicam a suspensão do acordo firmado entre a PCDF e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) cedendo 115 desses servidores ao sistema penitenciário; eles exigem permanecer na Polícia Civil, como prevê a Lei Federal 13.064/14.

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Marcele conclamou a categori a reforçar união em prol da reivindicação que deflagrou a greve

Continuarão suspensas as atividades de audiências de custódia (que envolvem, diariamente, em média 50 presos), o transporte de presos das delegacias para a carceragem e as visitas dos familiares dos presos e também dos advogados dos mesmos. As diligências para o cumprimento de cerca de 11 mil mandados de prisão pendentes deixarão de ser executadas.

A paralisação afeta, principalmente, o funcionamento da Divisão Controle e Custódia de Presos (DCCP) e da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DCPI). Acesse aqui a cartilha.

VISIBILIDADE

“Nossa mobilização, até agora, deixou muito claro que não concordamos com o acordo e não aceitamos que vocês voltem para o sistema penitenciário. Nós dessa diretoria estivemos na linha de frente e vamos continuar; não abriremos mão disso”, afirmou o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho, ao fazer um balanço dos primeiros dias do movimento paredista.

Agentes policiais de custódia votaram pela continuidade do movimento até dia 15, quando ocorrerá nova assembleia
Agentes policiais de custódia votaram pela continuidade do movimento até dia 15, quando ocorrerá nova assembleia

Gaúcho acrescentou que a causa dos agentes policiais de custódia ganhou visibilidade com a cobertura da imprensa, levando tanto a Direção da PCDF quanto o MPDFT a se manifestarem.

“A Direção Geral deveria defender os nossos interesses. Só agora, verbalmente, sinalizaram para suspender o acordo. Mas se essa decisão existe, ela precisa ser documentada”, propôs o presidente do Sinpol-DF.

Ele criticou, ainda, a nota lançada pelo MPDFT. “Parece uma nota pessoal. Não entendo como ainda não perceberam as consequencias drásticas dessa ação civil pública. Estão afetando a vida de 500 mães e pais de família, além de prejudicar o bom andamento da polícia judiciária. O MPDFT está indo contra uma lei federal. Fica, aqui, o nosso repúdio a essa postura”, completou Gaúcho.

MEDIDAS JUDICIAIS

Ainda com a greve, o presidente do sindicato ressaltou que a entidade tem atuado em outras frentes para reverter o acordo.

Além de uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no Supremo Tribunal Federal, contando com o amparo da Confederação Brasileira dos Policiais Civis (Cobrapol), o Sinpol-DF ingressou com um agravo de instrumento contra a cessão dos agentes policiais de custódia e com uma petição na 2ª Vara da Fazenda Pública, informando sobre a ADC e pedindo a suspensão de qualquer decisão no caso, até a decisão do Supremo.

Além disso, houve um mandado de segurança para evitar que os agentes de polícia fossem escalados para a escolta em substituição aos servidores em greve. Este, porém, foi indeferido. Já foi encaminhada, contudo, uma ação de conhecimento sobre o desvio de função por causa dessa questão.

“A nossa posição é e sempre será pelo cumprimento da lei federal. O lugar de vocês é na polícia civil”, reiterou Gaúcho. “Também estamos buscando um posicionamento dos gestores da PCDF e do governo, mas aindanão recebemos”, acrescentou.

MOBILIZAÇÃO

Tanto na fala do presidente do Sinpol-DF, quanto dos policiais que usaram a palavra durante a assembleia, foi ressaltada a necessidade de mais policiais civis se engajarem com a greve dos agentes policiais de custódia.

“Nós temos que permanecer unidos. O que está em jogo é a nossa carreira na polícia e todas as consequências previstas no nosso futuro”, conclamou a vice-presidente e agente policial de custódia Marcele Alcântara.

“A paralisação de vocês resultou em mais trabalho para os agentes de polícia. Muitos deles ainda não perceberam a gravidade da perda de mais colegas, exatamente no momento em que a PCDF vive a maior crise de recursos humanos da sua história”, completou Gaúcho.

ASSEMBLEIA

Já foi agendada uma nova Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 15, às 14h, no Auditório do Iesb da Asa Sul.

Além de deliberar pela continuidade da greve, a AGE vai discutir a construção de uma proposta de unificação dos cargos de agente de policia, agente policial de custódia e escrivão. Também será apresentado à categoria o relatório final do Grupo de Trabalho de redefinição das atribuições de cada cargo.

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