Do Metrópoles
Recuperação fiscal e a reforma da Previdência serão os principais temas da reunião de governadores marcada para esta terça-feira (26/3) no Palácio do Buriti, quando é esperada a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na segunda (25), o governador Ibaneis Rocha (MDB) criticou a dificuldade do Palácio do Planalto em conseguir fazer a reforma da Previdência tramitar com velocidade no Congresso. “O governo federal ainda não está em marcha”, disparou.
“O presidente [Jair Bolsonaro] costuma dizer que nós precisamos de ‘mais Brasil e menos Brasília’. Eu digo: precisamos de uma nova Brasília para um novo Brasil”, alfinetou.
Apesar da declaração, o emedebista assegurou apoiar a reforma e que, ao lado de outros governadores, busca melhorar as condições de votação da proposta no Congresso.
As declarações foram dadas na 75ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, na sede do Banco do Brasil, no Setor de Autarquias Norte.
Dentro do contexto da reformulação da Previdência, Ibaneis defende que o governo federal insira mudanças automáticas para estados e municípios, a exemplo de alterações de percentuais de contribuição.
Para o governador do DF, a inclusão de cláusulas que abarquem o funcionalismo local das unidades da Federação no texto elaborado pelo Planalto pouparia estados e municípios do desgaste de microrreformas regionais após a eventual votação no Congresso Nacional.
Na avaliação do Governo do Distrito Federal, a situação do capital está longe de ser confortável. Pelas contas da equipe de Ibaneis, os cofres públicos estão ameaçados por um rombo de R$ 7 bilhões.
Ibaneis também defendeu que os recursos da Previdência complementar continuem a ser geridos regionalmente no caso dos estados que já criaram esse modelo. No Distrito Federal, a medida foi adotada no início de março.
Com vistas a 2022
A reunião dos governadores também tem peso político. Ibaneis costura com os demais chefes do Executivo, especialmente com João Doria (PSDB), a construção de um núcleo de força. A princípio, o foco é a conquista de recursos e avanços para os estados. Mas, a longo prazo, o movimento pode pavimentar a criação de uma chapa para as eleições presidenciais de 2022.