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A reestruturação do DGI vai unir, inicialmente, duas divisões: a de Inteligência Policial (Dipo) e a de Controle de Denúncia (Dicoe) | Foto: Divulgação/PCDF.

O combate a organizações criminosas, corrupção e crimes violentos em Brasília ganhou reforço. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) criou a Coordenação de Inteligência (CI), que funcionará vinculada ao Departamento de Inteligência, Tecnologia e Gestão da Informação (DGI). O anúncio de criação da CI foi publicado nesta sexta-feira (8/4), no Diário Oficial do DF.

A reestruturação no DGI vai unir, inicialmente, duas divisões: a Divisão de Inteligência Policial (Dipo) e a Divisão de Controle de Denúncia (Dicoe), responsável por canais de comunicação de denúncias anônimas, como o 197.

“Só se combate o crime organizado com inteligência e tecnologia. Quando o dado chega até a polícia, por meio de denúncia anônima, em vez de simplesmente enviar a informação à delegacia da área, o fato será trabalhado pela divisão de inteligência, que fará uma investigação prévia e poderá fornecer mais detalhes, e até mesmo a identificação de suspeitos, às unidades responsáveis”, explica o diretor do DGI, delegado Saulo Ribeiro Lopes.

A Coordenação de Inteligência ficará sob o comando do delegado Maurílio Coelho. “O disque-denúncia, contando todos os canais disponibilizados pela PCDF para esse fim, é um dos ativos mais preciosos que temos. É o contato da polícia com a população, que quer entregar um criminoso, que quer delatar um crime”, disse o coordenador.

“Poder unir a inteligência com o acesso às denúncias vai possibilitar pegar todo esse dado coletado e transformar em um conhecimento mais robusto, para que as unidades, que são o nosso destinatário final, possam ter o seu trabalho otimizado na realização de grandes operações”, completou.

Com 12 anos de corporação, Maurílio atua há oito na atividade de inteligência. É especialista em investigação pela Universidade Católica de Brasília (UCB), e já chefiou a Divisão de Repressão às Organizações Criminosas da PCDF.

Ele também atuou na Delegacia Especial de Combate ao Crime Organizado e na Divisão de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública. Antes de assumir a Coordenação de Inteligência, era chefe da Dipo.

À coluna, o delegado-geral da corporação, Robson Cândido, reforça a importância da inteligência para a corporação. “Desde o início da gestão, temos o compromisso de elevar, ainda mais, a qualidade e atuação da PCDF. Investimos no reequipamento da polícia com novas viaturas, pistolas e delegacias. Entretanto, não poderíamos deixar de fortalecer a inteligência, que aumenta a nossa capacidade de coletar informações, investigar e até mesmo reduzir a violência”, enfatizou.

INVESTIGAÇÕES
Trabalhando nos bastidores de investigações complexas, a Dipo e a Dicoe foram peças fundamentais para solucionar crimes de grande repercussão no Distrito Federal. Foi por meio de denúncias anônimas que os policiais localizaram alguns dos suspeitos de matar Kazimerz Wojn, ou padre Casemiro, na Asa Norte, em 2019.

No ano passado, a Dipo também participou da prisão do autor de feminicídio de uma mulher de 21 anos, ocorrido em 31 de outubro, num motel de Taguatinga. Os policiais identificaram, após trabalho de levantamento da Dipo, o esconderijo do acusado, que ficava em Samambaia. Outro homem, 25, acusado de participação no crime, também foi preso.

Neste ano, a Dipo ainda atuou em conjunto com delegacias especializadas para prender integrantes de facções criminosas, pedófilos, hackers e indivíduos que planejavam cometer massacres na capital federal.

INVESTIMENTO
O fortalecimento no campo da inteligência policial tem sido uma das prioridades da PCDF. Neste ano, foram destinados R$ 15 milhões para a compra de novas tecnologias e modernização das divisões.

“As novas soluções permitem identificar, de forma mais célere, autores de crimes e localizar foragidos. Dessa forma, a população tem um retorno mais eficaz das ações conduzidas pela polícia”, destacou Saulo Lopes.

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