Do Metrópoles

Há denúncias de que o modelo modelo 24/7 .40 S&W dispara sozinho. Polícia Civil recebe autorização para comprar a da marca Glock

O Exército proibiu a produção e a comercialização das pistolas modelo 24/7 .40 S&W, fabricadas pela Forjas Taurus. A intervenção, inédita, segue até a conclusão do processo administrativo instaurado para investigar denúncias de que as armas disparam sozinhas, colocando em risco as vidas de agentes públicos de segurança. Policiais civis e militares do Distrito Federal utilizam pistolas do modelo proibido.

A decisão do Exército também prevê a apreensão das armas que estão na linha de produção e no estoque da fábrica brasileira. Os casos de disparo acidental sem o acionamento do gatilho já foram levados à Justiça. Parlamentares e vítimas também reúnem assinaturas para criar uma CPI na Câmara dos deputados.

O processo administrativo instaurado pelo Exército apura se a pistola fabricada corresponde com o modelo aprovado pela corporação. De acordo com o documento expedido pelo Exército, que proíbe a fabricação e a comercialização da arma, houve modificação no gatilho. A pistola 840 também teria sofrido alterações.

No documento, o Exército também relata que constatou deficiências nas políticas de órgãos de segurança pública do Brasil para que a manutenção armamentos seja feita de forma adequada. A força militar recomenda que a empresa melhore a assistência aos clientes de seu produto.

As corporações do DF têm conhecimento das supostas falhas e estão se movimentando para trocar o armamento dos servidores. A Polícia Civil, por exemplo, conseguiu aprovação para adquirir 200 pistolas da marca Glock, considerada uma das melhores de sua categoria. A compra, no valor de R$ 395,7 mil, foi analisada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) em agosto.

Em 18 de outubro, o tribunal considerou os esclarecimentos encaminhados tanto pela polícia quanto pela marca estrangeira subsistentes. O TCDF também determinou que, em futuras aquisições, os interessados façam constar no processo a elaboração do termo de referência que trata da tecnologia de travamento de segurança de gatilho. As medidas servem para evitar disparos acidentais em armas de fogo e atender às necessidades da corporação policial.

Em nota, a empresa Taurus alegou que tem colaborado com o Exército Brasileiro e que a decisão não tem efeito prático, uma vez que a produção do modelo já havia sido descontinuada no fim de 2015, assim como sua comercialização.

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