Polícia vê mudança no perfil dos usuários de drogas do Distrito Federal.
Crimes contra patrimônio serão prioridade, diz secretária de Segurança.

O número de casos de roubo em residências no Distrito Federal subiu 17,5% entre 2014 e 2015, informou a Secretaria de Segurança Pública nesta terça-feira (12). Apesar da queda no somatório do ano passado, a quantidade de roubos em comércio subiu 13,8% considerando apenas os dados de dezembro, comparado com o ano anterior.

Em 2015, o DF registrou 614 homicídios, média de 51 mortes violentas por mês. O governador Rodrigo Rollemberg diz reconhecer que o índice é alto, mas afirma que o número relativo é o menor dos últimos 22 anos.

“É importante registrar que tivemos uma taxa de 21,5 mortes por 100 mil habitantes. É o indicador mais baixo desde 1992. Mesmo assim, ainda é um índice alto”, declarou o governador. Em 2009, a taxa atingiu 29,9 por 100 mil habitantes.

Mais policiamento
Durante a divulgação dos dados, a Polícia Militar informou que pretende aumentar a segurança nos ônibus da capital, após o tipo de crime aumentar 6,3% em 2015. Só em dezembro, foram 253 ocorrências – mais do que o dobro registrado no mesmo período do anterior (107). De acordo com o comandante-geral da corporação, Marco Antônio Nunes, os assaltantes têm agido principalmente na Estrutural e na BR-020.

Os crimes contra o patrimônio, que incluem roubos e furtos, foram anunciados pela secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar, como a prioridade da pasta para 2016.

“São crimes que nos desafiam. O governo tem compromisso com a garantia do bem-estar social”, disse. Ela afirmou que as forças de segurança do DF já estão tomando providências para conter a escalada desse tipo de ocorrência – entre elas, a “intensificação do policiamento ostensivo”.

Insegurança
A secretária relativizou a sensação de insegurança sentida no DF. Para Márcia, a impressão da alta da violência tem também a ver com fatores externos. “A sensação de insegurança não tem uma relação direta e exclusiva com a redução dos crimes como a gente viu. Ela está associada a outros elementos do modo de convivência social que temos hoje estabelecido. Não é específico do DF”, disse.

Segundo ela, a impressão de que crimes continuam presentes no cotidiano dos moradores do DF é resultado de uma série de crises. “Estamos vivendo uma crise social, uma crise econômica, uma crise ética, uma crise cultural. Fica evidente que estamos neste momento vivendo numa circunstância que faz agravar essa sensação”, diz.

Márcia afirma que uma pesquisa de vitimização realizada pela Secretaria de Segurança Pública, com o objetivo de traçar o perfil das vítimas de crimes, deve ajudar a pasta a entender o que pensa o brasiliense.

Apreensão de drogas
Os policiais retiraram de circulação 9,6 mil microsselos de LSD em 2015, contra 1 mil em 2014. Houve também maior apreensão de ecstasy: foram 56 comprimidos em 2014 e 236 em 2015. Por outro lado houve menos maconha apreendida: foram recuperados 4,7 mil quilos de maconha em 2014, contra 2,3 mil quilos em 2015.

Para o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, o perfil do usuário de droga pode ter mudado. “A tendência é de que o público de usuário esteja migrando um pouco mais para as drogas sintéticas.” Outra possibilidade levantada pelo diretor é que as apreensões de droga sintética foram causadas por “determinadas linhas de investigação ou determinadas atuações da Polícia Militar e da Policia Civil”.

 

Fonte: G1/ Brasília

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