Suspeitos integravam uma quadrilha que pedia dinheiro para empresários para garantirem lotes do Pro-DF e do Morar Bem

Dois funcionários públicos da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Estado de Economia e Desenvolvimento Sustentável do Distrito Federal integravam uma quadrilha de estelionatários que aplicava golpes em empresários. O grupo atuava na capital há, pelo menos, seis meses e foi desarticulado pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decap) da Polícia Civil. O bando cobrava propinas das vítimas que estavam na fila para conseguirem lotes do Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico Integrado e Sustentável do DF (Pro-DF). Eles também estenderam os negócios para o programa Morar Bem.

Policiais civis prenderam, na manhã desta quarta-feira (30/9), os funcionários e Alcimar Alves de Faria, que foi candidato a deputado federal pelo DF filiado ao PDF nas últimas eleições. Um despachante que integra a quadrilha está foragido. O grupo pedia até R$ 200 mil para empresários para garantir que eles passassem na frente na fila. As vítimas tinham que pagar um sinal de até R$ 20 mil. Os lotes custam, em média, R$ 1,5 milhão. Com o dinheiro, os estelionatários acionavam os funcionários, que emitam o IPTU do imóvel no nome da vítima, que ligava a energia elétrica, a água e cercava os terrenos. Paralelamente, o grupo entrava com um pedido de liminar na Justiça para impedir que a fiscalização conseguisse retirar os supostos proprietários dos espaços. No entanto, em pouco tempo, ficava comprovado o engano e os endereços eram restituídos ao governo.

De acordo com o delegado titular da Decap, Alexandre Nicolau Linhares, um dos empresários procurou a polícia. Ele foi citado no inquérito como vítima, mas ainda pode ser acusado de corrupção ativa. “Com os contatos nas secretarias, eles davam uma roupagem de legalidade. Mas, no fim das contas, a pessoa nunca teria a propriedade legítima do lote. É uma forma de estelionato. O empresário que fez a denúncia, há seis meses, pagou R$ 150 mil. O dinheiro foi depositado na conta dos envolvidos e depois ele soube que tinha sido enganado. Se o processo tivesse dado certo, ele não teria nos procurado. O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ainda pode acusá-lo”, explicou. Os integrantes da quadrilha responderão pr estelionato e corrupção ativa.

Fonte: Correio Braziliense

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