Integrantes do governo passaram a segunda-feira em reunião com sindicatos a fim de explicar a suspensão por tempo indeterminado do reajuste salarial a 32 categorias. Uma das principais reclamações das entidades, desde o início do ano, é sobre a falta de diálogo por parte do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que, segundo os sindicalistas, toma decisões que afetam a vida dos servidores sem escutar os interessados.

Na tentativa de aliviar a tensa relação com os representantes das categorias, o Palácio do Buriti fez um gesto de aproximação ao convidá-los para uma conversa. As associações, no entanto, não se sensibilizaram com os argumentos do Executivo local e deixaram claro: estão dispostas a declarar greve geral, caso o socialista não mude de ideia em relação ao pagamento dos aumentos — as mudanças nas regras da licença-prêmio também causam revolta.

Todas as entidades marcaram paralisação para a próxima quinta-feira, com o objetivo de iniciar a pressão sobre o Buriti, que espera estender as negociações até início do mês que vem. A data limite para manter o diálogo — e os funcionários nas repartições — é o quinto dia útil do mês que vem.

Estão marcadas para 7 de outubro as assembleias para oficializar o posicionamento, caso não caiam na conta os vencimentos acrescidos do reajuste negociado pelo governo passado. No fim das contas, o caso deve parar na Justiça. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores prometem não recuar, o GDF alega não ter dinheiro e diz ser impossível mudar de posição.

Sem utilidade
O encontro de ontem, de acordo com a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, “não serviu de nada”. “Não teve avanço nenhum. O governo pediu compreensão, mas rejeitamos o pedido. Não vamos pagar pela crise. O governador vai ter que rebolar, se unir à Câmara Legislativa, encontrar alguma solução”, aponta. Samuel Fernandes, diretor do Sindicato dos Professores, também critica o GDF. “A categoria não vai aceitar nenhuma retirada de direito. Diante de qualquer manobra do governo de não pagar, não teremos outra alternativa, a não ser entrar em greve”, promete.

O secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, afirma que não há verba para honrar os reajustes, mas acredita que as partes envolvidas chegarão a um “ponto de equilíbrio”. “Greve nunca é bom para a cidade. Estudamos outras medidas para trazer mais recursos ao nosso caixa. Marcamos uma nova reunião com as entidades para semana que vem, mas, se houver novidades, podemos antecipar as conversas”, diz.

Fonte: Correio Braziliense 

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