Crime foi planejado por interno do Centro de Progressão Penitenciária, diz.
Dona estimou prejuízo em R$ 1,5 milhão; um suspeito continua foragido.

A Polícia Civil prendeu na manhã desta terça-feira (21) três suspeitos de fazer funcionários reféns e assaltar uma joalheria no Lago Sul no início do mês. O pai de um dos suspeitos foi detido por oferecer resistência à operação.

De acordo com a Delegacia de Repressão a Furtos, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão no Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Ceilândia. Entre os itens apreendidos estão duas armas, munição, joias e relógios.

O crime aconteceu no dia 3 de julho. Um homem armado, vestindo terno, rendeu funcionários e roubou produtos da joalheria na QI 11. As vítimas disseram que o ladrão se identificou como cliente antes de anunciar o assalto. O prejuízo foi estimado em R$ 1,5 milhão pela proprietária.

Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), Fernando César Costa, o crime foi planejado por um interno que cumpre regime semiaberto no Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Adão Batista dos Santos, de 43 anos, também forneceu o carro para a realização do crime, informou.

Um dos envolvidos era ex-presidiário e estava cumprindo pena em regime domiciliar. Davi Lima Barros Filho, de 23 anos, é o que aparece nas imagens ventindo terno. A polícia investiga a participação do terceiro preso nesta terça. Um quarto envolvido está foragido e já é procurado por fugir do CPP.

“Autores de crimes contra o patrimônio notadamente são criminosos profissionais que cada dia mais vêm fazendo uso dos benefícios colocados à disposição pela Justiça para praticar crimes. Seja em benefício de prisão semiaberta como o CPP que o Adão estava recolhido e de lá planejou toda a ação, seja a prisão domiciliar com o qual o Davi foi agraciado pela Justiça e utilizou o benefício para praticar crimes com violência e grave ameaça contra a pessoa.”

Costa afirmou que durante as investigações foi possível concluir que a loja foi escolhida pela tranquilidade da localização. “O que ficou claro é que o alvo foi escolhido em razão da relativa tranquilidade que existe naquela região do Lago Sul e facilidade de rotas de fuga e isso propiciou uma ação rápida. O grande artífice de tudo foi o Adão, que não se dirigiu ao local. Outros três indivíduos compareceram com um carro fornecido pelo Adão e uma pistola .40, além de um revólver.”

Todos os envolvidos detidos têm passagens pela polícia. O homem apontado pela polícia como o responsável por arquitetar o crime já foi condenado por cinco homicídios qualificados e um latrocínio.

O delegado contou que as investigações começaram no dia do crime em conjunto com a 10ª DP, responsável pela área. Ele destacou que grande da parte das joias não foram recuperadas por já terem sido vendidas no mercado informal.

“Nós podemos ver grandes centros comerciais, vários estabelecimentos comercializando joias sem exigir comprovação da origem e isso sim facilita a ação dos criminosos. Quando se chega a prisão, por exemplo, grande parte desses objetos já foram repassados. No caso do grupo de hoje, pelo menos um dos canais de receptação foi identificado.”

 

Fonte: G1/DF

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