Policiais civis reduzem atividade por 24 horas nesta terça-feira no DF
(Foto: Reprodução)
Policiais civis do Distrito Federal intensificam a partir das 8h desta terça-feira (26) a “operação padrão”, em vigor desde a última sexta (22) em um protesto por melhores condições de trabalho e mais contratações. Até as 8h de quarta (27), os agentes vão cumprir o expediente em horário normal, mas devem registrar apenas flagrantes e ocorrências criminais. Investigações, intimações, protocolo de documentos e diligências também serão restritos no período.
saiba mais
- Policiais civis anunciam ‘operação padrão’ no DF para pedir mais efetivo
- Com déficit de 47% no quadro, Polícia Civil do DF pode perder 679 membros
- Assaltos a ônibus no DF crescem 41,2% em abril, diz secretaria
- Ato na Esplanada pede lei que torne hediondo assassinato de policiais
- Policiais protestam contra morte de agentes em frente ao Congresso
Em documento entregue à Direção Geral da Polícia Civil na última sexta, o sindicato dos agentes (Sinpol-DF) comunica que “capturas, transferências de presos, exames em drogas ou pessoas, localização de veículos roubados/furtados e preservação de locais de crime” só serão feitos se houver “pelo menos três policiais na viatura”. Segundo a categoria, a regra é ensinada na Academia de Polícia, mas não é seguida no DF por falta de efetivo.
O G1 procura a Polícia Civil e o GDF para obter um posicionamento oficial a respeito das demandas do movimento desde a última quinta-feira (21), mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. A corporação afirma que “todas as medidas necessárias para que a população não seja prejudicada serão adotadas”, sem detalhar as medidas.
Segundo o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco, a realidade nos plantões das delegacias é precária, com três ou quatro policiais para cumprir todas as funções, o que dificulta as diligências externas. A entidade calcula uma média de 2 homicídios por dia no DF e diz que o número de policiais em atuação é insuficiente para investigar todos os casos.
Fundo Constitucional
A entidade também questiona a divisão do Fundo Constitucional, verba repassada mensalmente pela União ao DF destinada ao pagamento de funcionários da saúde, educação e segurança pública. Para este ano, o valor total do fundo é estimado em R$ 6 bilhões.
Segundo os policiais, as duas primeiras áreas estão levando vantagem na partilha dos recursos, o que agravaria ainda mais o quadro da corporação. Franco afirma que menos da metade do dinheiro é usada na área de segurança.
“O reflexo disso são delegacias, que precisam de reformas, cidades sem delegacias, poucos policiais contratados e equipamentos e mobiliários defasados, entre outras coisas”, diz o presidente do Sinpol, em texto divulgado pela entidade na semana passada.