Cartegoria decidiu intensificar o movimento até que o GDF apresente nova proposta (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)
Da Comunicação Sinpol-DF Reunidos na tarde desta quinta, 11, os 4,5 mil policiais civis que atenderam à convocação do Sinpol-DF para uma assembleia decidiram dar mais um voto de confiança ao Governo do Distrito Federal (GDF) e não realizar paralisação ou greve até a próxima segunda, 15. A categoria aguardará uma reunião agendada entre o GDF e a diretoria do Sindicato, também para segunda, quando se espera uma posição definitiva sobre o envio, ao governo federal, da mensagem que mantém a isonomia com a Polícia Federal. Na terça, 16, os policiais civis voltarão a se reunir em outra Assembleia Geral Extraordinária (AGE), às 14h, no Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal, quando deliberarão sobre os rumos do movimento.
Os policiais deliberam também pela entrega dos cargos de chefia em ato público na terça, 16
A operação “PCDF Legal”, contudo, continua vigente e parte para mais uma fase. Além do que já está previsto na cartilha, a recomendação é de que os corpos por morte natural sejam recolhidos recolhidos pela Secretaria de saúde conforme determina a lei. Outro item a ser acrescentado é que toda a situação de uso e porte de droga deverá aguardar laudo preliminar positivo para ser registrado como flagrante. A assembleia foi encerrada com mais um grande ato: desta vez, os policiais saíram em caminhada até a sede da Secretaria de Segurança Pública, onde realizaram uma manifestação pedindo a saída de Márcia de Alencar da pasta.
Abrantes foi um dos parlamentares que se comprometeu com o tracamento da pauta na CLDF em apoio ao pleito
PCDF PARADA A pressão ao GDF só tende a aumentar nos próximos dias, conforme o pronunciamento do presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”. A entrega das chefias, que foi deliberada na assembleia de segunda, 8, tem ganhado adesão de todos os setores da PCDF. Além dos cargos da carreira de policiais civis, cuja maioria já assinou o Termo de Entrega de Chefia e o de Compromisso de Recusa a Ocupar Cargo em Comissão, os delegados vão adotar a mesma postura, conforme deliberado em assembleia do Sindepo também nesta quinta. Os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e todos os policiais lotados no Departamento de Atividades Especiais (Depate) anunciaram nesta tarde que também vão entregar os cargos.
O deputado federal Laerte Bessa também defendeu a paridade dos vencimentos como uma conquista justa
Só nas bases do Sinpol e do Sindepo, mais de mil cargos serão devolvidos em sinal de protesto. A ideia já é consenso entre os gestores da Polícia Civil. A categoria foi informada que o diretor-geral da PCDF, Eric Seba, avisou que também colocará o cargo à disposição. Da mesma forma, ninguém assumirá postos de comando na PCDF, desde o alto escalão até as seções de investigação. “Em todas as reuniões que tivemos, reiteramos que não há mais tranquilidade entre os policiais civis para o trabalho. A Polícia Civil não aceita mais adiamentos e novas condições. Por isso, esperamos que o governador seja sábio, ou a partir da semana que vem a Polícia ficará acéfala, sem comando, e vai parar”, advertiu Gaúcho. O secretário geral do Sinpol-DF, Paulo Sousa, ressaltou, por outro lado, que a postura do GDF gerou uma reação em cadeia dentro da Polícia Civil, resgatando a união de todos os cargos e entidades que representam a categoria. “Todos estão unidos com um único objetivo: o envio da mensagem. O movimento está coeso e ficamos cada vez mais fortes”, avaliou.
Ao fim da AGE, os policiais seguiram, em manifestação até a Secretaria de Segurança Pública
PROPOSTA A medida já repercutiu no GDF: enquanto ocorria a assembleia dos policiais civis nesta tarde, o governador Rodrigo Rollemberg e o secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, recebiam a cúpula da PCDF. “Queremos crer que a reunião de segunda seja apenas para comunicar sobre o envio da mensagem ao Congresso em relação à nossa paridade com a Polícia Federal. Eles estão preocupados com os números das finanças do governo, mas estão esquecendo dos números da segurança, que sofre com a falta de investimento e valorização dos seus servidores “, acrescentou o presidente do Sinpol-DF. O apoio da Câmara Legislativa do DF (CLDF), já anunciado pela presidente da Casa, Celina Leão, foi endossado nesta semana após reunião dela com os dirigentes das entidades que representam a categoria. Na assembleia desta quinta, os deputados Cláudio Abrantes (Rede), Wellington Luiz (PMDB) e Bispo Renato (PR) reiteraram que concentrarão esforços para que a pauta de votação seja trancada.
De costas para o prédio da SSP, o grupo demonstrou o repúdio às declarações da secretária
“A união tem sido importante, além das ações coordenadas pelo sindicato. A população vê a dedicação e a luta dos policiais civis. Estamos juntos e vamos lutar até o fim”, disse Cláudio Abrantes. Wellington Luiz convidou os policiais civis a cobrarem dos demais parlamentares que sigam naquele propósito. “Reitero a importância de a Câmara não votar nenhum projeto até que haja uma negociação. O bloco de oposição vai trancar a pauta”, confirmou. “Nossa pauta será obstruída enquanto o governador não reabrir o canal de negociação com vocês”, completou Bispo Renato. O deputado federal Laerte Bessa (PR) também compareceu à assembleia. Ele cobrou “bom senso” do governador para que ele decida pela manutenção da paridade. “A expectativa com isso é geral. Essa é a hora de conquistarmos o que merecemos”, disse.
MANIFESTAÇÃO
Além de pedir a exoneração de Márcia Alencar, os policiais passam a considerá-la “persona non grata”
Logo depois da assembleia, os 4,5 mil policiais saíram em passeata até a sede da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, em um ato de desagravo à secretária Márcia Alencar, que passa a ser considerada “persona non grata” pelos policiais civis. A categoria também decidiu fazer um abaixo-assinado para pedir a saída dela da pasta. A reação é resultado das declarações dela durante a paralisação de 48 horas deflagrada no dia 4 de agosto, depois que as equipes das Divisões de Operações Aéreas (DOA) e Operações Especiais (DOE) deixaram a escolta dos atletas olímpicos em adesão ao movimento. O grupo cantou o Hino da Polícia Civil postado de costas para o prédio. “Queremos manifestar a nossa indignação com a postura da secretária em relação à Polícia Civil, aos policiais civis do Distrito Federal e à maneira como ela vem conduzindo a Segurança Pública”, frisou Gaúcho, presidente do Sinpol-DF.
O Sinpol-DF também está no WhatsApp. Adicione: (61) 999 197 197. Saiba mais.