Policiais registram focos de Aedes em delegacias do DF; veja vídeo
03/03/2016 10:24
Do G1/DF
Delegacias estão infestadas por insetos, segundo denúncias dos policiais civis (Foto: Divulgação)
Uma vistoria feita pelo Sindicato dos Policiais Civis apontou a existência de larvas do mosquito Aedes aegypti – que transmite dengue, vírus da zika, chikungunya e febre amarela – em delegacias do Distrito Federal. Vídeo mostra focos nos pátios onde ficam os carros apreendidos. O último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde aponta que os casos de dengue subiram 341% neste ano, em comparação com o mesmo período de 2015, chegando a 4.735 ocorrências. Por e-mail, a Polícia Civil disse que as delegacias foram orientadas a fazerem a fiscalização, junto com a Vigilância Sanitária, dos pátios e objetos apreendidos e de qualquer local que possa acumular água. "Assim, visando o controle e a eliminação de qualquer local que possa ser foco do mosquito Aedes aegypti, todo o material necessário está sendo disponibilizado as DPs", declarou. Policiais civis já haviam relatado infestação de ratos e insetos, além de consumo de água contaminada com fezes de pombos, em delegacias. Imagens feitas pelo sindicato da categoria mostram infestação de baratas em uma das unidades e uma tarântula circulando em outra. O problema seria mais intenso nas unidades do Pistão Sul (21ª), Sobradinho II (35ª DP) e Taguatinga Norte (17ª DP). Em nota, a direção da Polícia Civil disse que as denúncias são infundadas e afirmou que as dedetizações ocorrem dentro do prazo. Veja abaixo o vídeo com focos de dengue nas delegacias [embed]https://www.youtube.com/watch?v=qe9GOm86O90&feature=youtu.be[/embed] O presidente do sindicato, Rodrigo Franco, oficiou a direção da corporação e a Vigilância Sanitária em 26 de janeiro cobrando um posicionamento. Por telefone, a Secretaria de Saúde disse que não se manifestaria sobre o assunto porque, apesar do documento, o tema era de responsabilidade da corporação. "A gente oficiou a direção da polícia para que eles nos informassem qual a data que foi feito um trabalho de dedetização e controle de pragas, mas a gente não recebeu a resposta. Mesma coisa com a vigilância", diz Franco. "Soubemos por causa das denúncias dos colegas. Eles mandam fotos, mandam reclamações." Policiais da 21ª DP contam ter precisado tomar vermífugo em janeiro depois de descobrir que a água da delegacia estava contaminada. A unidade recebe até 30 presos por dia e atende, além da parte sul de Taguatinga, moradores de Águas Claras e do Areal. O conserto e a limpeza da caixa d'água aconteceram no dia 22 de janeiro. A direção da Polícia Civil disse considerar com isso a situação normalizada. "Encontraram fezes de pombo na caixa d’água. O rapaz que foi fazer na manutenção disse que pisou na bosta lá e que ficou coberta por uma substância pastosa. Inclusive, durante a manutenção, o cheiro que ficou aqui foi de esgoto. E a gente bebeu essa água assim por meses. Mesmo tendo filtro, era água com cocô que a gente bebia. A mesma água de lavar a mão, tomar banho", disse um servidor que não quis se identificar. "E barata, então, já é quase da família. Cada uma tinha a sua de estimação. Na porta da delegacia, à noite tinha assembleia de barata. Quando acendia a luz, à noite tinha muita barata lá. Eu cheguei a trazer veneno de casa para jogar. Também tem muito rato por causa do pátio de veículo apreendido", completou o homem. Segundo a Polícia Civil, a última dedetização nas delegacias aconteceu em dezembro. A limpeza das caixas d'águas, afirma, ocorre durante todo o ano. O presidente do sindicato afirma que problemas do tipo acabam tirando o foco do que deveria ser a preocupação dos policiais. "Tivemos colegas com problemas estomacais por tomar água contaminada. Isso traz problema para a corporação, para a saúde dos presos, para a população. Se um colega fica doente e precisa se afastar do trabalho, principalmente quando o efetivo é baixo, a situação fica pior. Temos que estar preocupados com o que interessa, que é o controle dos crimes, não com controle de inseto."
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Luto
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Everaldo exerceu seu trabalho com comprometimento, dignidade e respeito, deixando sua marca na história da Polícia Civil e na vida de todos que o conheceram.