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Da "granada no bolso" aos 60% de reajuste: a lição que a PCDF não pode esquecer

Artigo analisa, de forma crítica, o período de ruína e de retomada vivido pela PCDF sob gestões distintas no governo federal.
PCDF Artigo
02/12/2025 09:05

Por Talles Murilo*

Contra fatos e contracheques, não há argumentos. A Polícia Civil do DF (PCDF) vive um momento singular em sua história: em um intervalo de três anos, a instituição acumulou dois reajustes que somam uma recomposição de 60%. Celebrar essa vitória é justo, mas acomodar-se nela seria um erro estratégico que não pode ser cometido.

Para compreender a dimensão da conquista atual sob a gestão do presidente Lula, é preciso ter coragem de olhar pelo retrovisor. A memória institucional não pode falhar sobre o quadriênio anterior. A categoria atravessou uma gestão federal marcada por hostilidade aberta ao servidor público. A famosa “granada no bolso” não foi apenas retórica, foi prática.

Durante o governo Bolsonaro, os policiais civis amargaram quatro anos de congelamento salarial e ataques sistemáticos, culminando em uma Reforma da Previdência dura, que retirou direitos e desfigurou carreiras. A justificativa financeira, tantas vezes utilizada, não se sustentava. 

O GDF enviou, em três ocasiões, mensagens ao Planalto indicando a disponibilidade de recursos no Fundo Constitucional para a recomposição, sem qualquer prejuízo à União. A resposta foi o silêncio. As mensagens foram engavetadas não por falta de dinheiro, mas por falta de vontade política e desprezo pela segurança pública.

O cenário mudou radicalmente com a atual gestão federal. Onde havia portas fechadas, o diálogo foi restabelecido. A sensibilidade do governo Lula às demandas da categoria transformou a estagnação em valorização real. O respeito institucional voltou a ser regra, tornando possível alcançar a marca de 60% de reajuste, considerado o maior da história dos policiais civis do DF.

Entretanto, a política é a arte da impermanência. Aproximam-se novos ciclos eleitorais e o futuro permanece uma incógnita absoluta. O governo que hoje dialoga não é eterno. A cadeira presidencial poderá mudar de ocupante e não há garantias sobre o perfil do próximo chefe do Executivo. Resta saber se haverá continuidade no diálogo democrático ou o retorno a tempos de “granadas”.

Este momento de bonança não pode ser confundido com estabilidade permanente. A ausência de certezas sobre o amanhã exige que os policiais adotem uma postura de blindagem imediata. É necessário consolidar as vitórias agora, enquanto o vento sopra a favor, pois a história ensina que governos passam, mas a necessidade de valorização da força policial permanece.

O futuro deve ser encarado com realismo. Como advertiu o filósofo Sêneca: “Aquele que prevê as calamidades sofre-as menos.” Que essa previsão, hoje, seja o instrumento para garantir a sobrevivência e a dignidade da categoria amanhã.

*Talles Murilo é escrivão de polícia e diretor de Comunicação do Sinpol-DF


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