Contra reforma da Previdência, metalúrgicos do ABC marcam greve para dia 19

Do Alô Brasília

Diante dos esforços finais da base do governo Temer para aprovar uma reforma da Previdência Social, o sindicato dos metalúrgicos do ABC (SMABC) definiu, em assembleia na noite de quarta-feira, 7, a realização de uma greve no próximo dia 19, segunda-feira. A data é a mesma que vinha sendo ventilada desde o fim do ano passado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para início dos trabalhos do plenário em relação à proposta. Nesta semana, entretanto, já circula a possibilidade de a matéria ser levada à Câmara apenas na semana seguinte, a partir do dia 26.

A decisão dos metalúrgicos em cruzar os braços junta-se à Jornada Nacional de Luta contra a reforma da Previdência, convocada pela CUT e as demais centrais sindicais, explicou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o secretário-geral do sindicato, Aroaldo Oliveira. Na quarta-feira, motoristas de ônibus da capital paulista já haviam aderido à greve no dia 19.

“Nos últimos dias, as centrais sindicais se reuniram e definiram que, mesmo sem a votação no dia 19, este será o Dia Nacional de luta contra a reforma da Previdência”, afirmou o sindicalista. Com a perspectiva de a votação ocorrer apenas na semana do dia 26, o secretário-geral do SMABC explicou que a decisão de realizar a greve no dia 19 é uma forma de marcar a posição e “dar uma resposta à altura”.

Ele lembrou que muitas categorias profissionais já estavam mobilizadas desde o final do ano passado e monitoravam o avanço da proposta no Congresso. “Todos os movimentos sociais e centrais sindicais continuam um trabalho muito forte, dialogando bastante com parlamentares para convencê-los a votar contra a reforma. Continuamos o trabalho de pressionar os deputados em todos os Estados”, explicou Oliveira, apontando que os parlamentares estão mais sensíveis à opinião pública em ano eleitoral.

Em nota, o presidente do SMABC, Wagner Santana, criticou o discurso da base governista de que a reforma da Previdência não é uma questão de escolha, mas uma necessidade. “Querem nos convencer de que não há saída para o povo coletivamente e que cada um se vire e se arranje. Mesmo sem ter trabalho decente, só trabalho precário, o trabalhador que se vire para dar uma vida digna àqueles que dependem dele”, disse o sindicalista.