Do O Globo
BRASÍLIA – O líder do governo na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de autorizar a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho ajuda na tramitação da reforma da Previdência no Congresso Nacional. O governo pretende colocar a matéria em votação na Câmara em fevereiro, quando terminar o recesso parlamentar.
– (A decisão do STJ) dá tranquilidade para que nós possamos avançar nas conversas com os partidos para aprovar a reforma da previdência – falou o líder que frisou que as férias foram importantes para os parlamentares ouvirem a sociedade, que já entendeu que a reforma tira privilégios e é necessária:
– Essa consciência, eu diria, está aumentando entre os parlamentares da base. A própria sociedade que tem discutido mais o assunto. Estamos avançado.
Essa declaração foi dada ao sair de uma reunião com o presidente Michel Temer na tarde deste sábado no Palácio da Alvorada. Além do líder, estiveram presentes a Advogada-Geral da União, Grace Mendonça, Gustavo Rocha, o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, e o desembargador do Tribunal Federal da 1a Região Hércules Fajoses.
O GLOBO questionou o que um desembargador faria no encontro, mas ainda não teve resposta do Palácio do Planalto. O líder do governo também não soube informar o motivo da presença do magistrado no encontro.
Aguinaldo Ribeiro estava ao lado do presidente Michel Temer quando recebeu a notícia da liberação da posse de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho. Ressaltou que a “ordem constitucional foi restabelecida”.
– Nós estamos vivendo um momento que estamos precisando trazer a serenidade de volta para o país. Nós temos uma organização institucional regida pela instituição. Temos de despolitizar. Estamos construindo o caminho de demonização da política.
‘INDICAÇÃO POLÍTICA NÃO PODE SER DEMONIZADA’
Na saída do encontro, ele argumentou aos repórteres que não há possibilidade de um governo não poder governar porque é impedido de indicar uma pessoa para um cargo. Ele criticou a postura de quem ataca esse tipo de nomeação.
– Indicação política por si só não deve ser demonizada – falou o líder.
– O erro de uma pessoa pode ser praticado por uma pessoa indicada politicamente ou não.
Questionado se o raciocínio valeria também para a Caixa Econômica Federal, que aprovou novo estatuto nessa sexta-feira, para blindar a instituição de instituições políticas, ele disse que sim.
– Isso vale para tudo. Não é só questão de Caixa. Quem indica as pessoas é quem foi indicado pelo povo. Se formos entender de outra forma, temos de repensar a constituição.
Depois de dar posse à nova ministra do Trabalho, o presidente embarcará para Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial. Sobre isso, Aguinaldo Ribeiro afirmou que Temer levará uma mensagem de um país em recuperação para restaurar a credibilidade do Brasil lá fora.