Da Comunicação Sinpol-DF
Agente de polícia aposentado há cinco anos, Roberto Mendonça é conselheiro tutelar e sempre participa ativamente da campanha “18 de Maio”, iniciativa de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes promovida pelos Conselhos Tutelares Gama I e II.
O agente, que começou sua carreira na 20ª Delegacia de Polícia (DP), no Gama Oeste, se diz satisfeito e orgulhoso do trabalho que realiza no Conselho. Além de atender a diversas demandas de direitos violados nas mais variadas circunstâncias, dá destaque especial à campanha de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, que, desta vez, realiza uma série de atividades alusivas ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra as Crianças e Adolescentes, lembrado em 18 de maio.
Realizada há muitos anos, a campanha conta com a parceria de órgãos como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), o Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância à Violência (PAV) do Hospital Regional do Gama, faculdade Faciplac, o Instituto Federal de Brasília (IFB), Fábrica Social e a Administração do Gama.
A iniciativa envolve diversas mobilizações e eventos, como palestras em escolas e atos de conscientização nas ruas que, durante 15 dias, impactam moradores, estudantes e população em geral sobre a importância do tema, além de educar as pessoas a perceberem sinais de violência e denunciarem os abusos.
BLITZ EDUCATIVA
Na última sexta-feira, 10, Roberto e sua equipe registraram uma dessas ações. Chamada de “Blitz Educativa”, a atividade de abordagem e distribuição de material educativo à população aconteceu em frente à Administração Regional do Gama e contou com o apoio da Polícia Militar, Detran, Regional de Ensino do Gama e outros órgãos da chamada rede intersetorial do DF.
Segundo o agente aposentado, a ação foi um sucesso e muito bem recebida pela população, que entende e denuncia casos de violência sexual contra crianças e adolescentes diante desse tipo de trabalho de conscientização. “A comunidade é bem receptiva. Todo ano, após a campanha, percebemos que o número de denúncias aumenta bastante”, explica.
Como ato simbólico de encerramento da campanha, acontece a já tradicional caminhada de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, no setor central do Gama. Neste ano, o evento será realizado na próxima sexta-feira, 17, véspera daquela data.
A previsão, segundo Roberto, é que mais de duas mil pessoas, entre alunos de escolas públicas a partir de 6 anos de idade, professores, profissionais da rede de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes e dos órgãos da rede intersetorial do DF e moradores da região participem da caminhada.
Será um dia completamente dedicado à manifestação contra a exploração sexual de crianças e adolescentes e pela conscientização não apenas dos adultos, mas especialmente das crianças, para que possam disseminar o conhecimento na família. Para Roberto, a ocasião de alerta é muito importante, já que “muitas vezes, os casos de abuso acontecem no âmbito familiar”, conta.
DATA EMBLEMÁTICA
Lembrado em 18 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra as Crianças e Adolescentes não foi escolhido à toa para marcar a campanha: foi em 18 de maio de 1973 que Araceli, menina capixaba de Vitória, no Espírito Santo, foi sequestrada, drogada e assassinada por jovens agressores de classe média alta, nunca punidos. Seu corpo apareceu seis dias depois, desfigurado por ácido. O bárbaro episódio ficou conhecido como “Caso Araceli”.
Quase 30 anos depois, o movimento em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, após forte mobilização, conquistou a aprovação da Lei Federal 9.970/2000, que institui a data como marco na luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. O objetivo deste dia é mobilizar a sociedade e convocá-la para o engajamento pelos direitos de crianças e adolescentes e na luta pelo fim da violência sexual.
COMO DENUNCIAR
Qualquer pessoa pode ajudar a quebrar o ciclo da violência. Caso testemunhe ou colete fortes indícios de violência sexual ou de qualquer tipo contra crianças e adolescentes, procure o Conselho Tutelar da sua cidade, uma delegacia especializada em crimes contra a criança ou adolescente (DPCA) ou uma delegacia comum para denunciar a situação.
É possível, ainda, ligar para o disque denúncia local ou federal, para os telefones 190 ou 197 – em caso de emergência – e para o número 100, o “Disque Direitos Humanos”.