Aliados de primeira ordem do governador foram beneficiados (Fotos: Lucas C. Ribeiro/Sinpol-DF)

Da Diretoria Executiva

A poucos dias de fechar o prazo para conceder reajustes, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) se apressa para privilegiar os amigos mais fiéis. Enquanto isso, a grande maioria dos servidores públicos fica de fora. E, ilustrando como a falta de valorização profissional gera a falência do serviço público, hoje, evidenciamos mais uma consequência: ladrões furtam cabos do Metrô e população sofre com o transporte deficitário.

Nesta terça, 10, acaba o prazo para que Rollemberg conceda qualquer reajuste às carreiras do GDF. Mas, ao longo dos últimos três anos, o que se viu foi uma falta de diálogo com o funcionalismo sem precedentes. Ao mesmo tempo, verifica-se o caos nos sistemas de segurança, saúde e educação, além de outras áreas do serviço público.

No entanto, algumas atividades do GDF vão muito bem, obrigado. Aliados de primeira ordem, como os secretários da Fazenda, do Planejamento e da Procuradoria-Geral, que forneceram e fortaleceram o discurso de “crise artificial”, foram beneficiadas no apagar das luzes. As três áreas fazem parte da chamada equipe de Governança, que ajudou o governador a travar o funcionamento da prestação de serviços.

A Secretaria de Fazenda teve autorizado o concurso para 120 vagas de auditores – o mesmo cargo do atual secretário, Wilson de Paula. A Secretaria auxiliou no aumento da arrecadação, apesar do discurso de crise. Já para o Planejamento foram autorizadas 750 vagas para a carreira de gestão. A secretária Leany Lemos, por sua vez, foi uma das responsáveis pelo travamento de todos os pleitos dos servidores públicos e agora é candidata para as próximas eleições pelo mesmo partido do governador.

Para a Procuradoria foi autorizado um aumento indireto, travestido de mudança de classes, que deve beneficiar praticamente toda a carreira de assessoria jurídica do GDF. A procuradora-geral, Paola Aires, também é integrante da Governança. Ela se empenhou pessoalmente na aprovação recorde da matéria na CLDF, um dia depois de o projeto ter chegado na Casa Legislativa.

As carreiras militares e a carreira de Finanças foram as únicas que haviam recebido benefícios financeiros durante o calote dado nas trinta e duas carreiras de servidores – além dos policiais civis, que estão sem recomposição há nove anos.

Enquanto isso, ladrões furtaram cabos de cobre e de fibra ótica, deixando milhares de brasilienses à mercê de congestionamentos. Esse é retrato de um Governo que se preocupa apenas com seus aliados mais próximos, sem se sensibilizar com aumento da criminalidade, mortes nos hospitais e escolas superlotadas.

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