Policiais civis escalados tiveram que se apresentar durante a madrugada no DPE (Foto: Paulo Cabral/Arquivo Sinpol-DF)

Na madrugada desta segunda, 20, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) convocou dezenas de policiais civis para viajar a diversas cidades de Goiás, a fim de cumprirem mandados de prisão. O alvo seria uma quadrilha de roubo de cargas que estaria agindo entre o Distrito Federal e Goiás.

Os policiais se surpreenderam pelo horário da apresentação no Departamento de Polícia Especializada, às 2h30. “Quando souberam que teriam que viajar cerca de 400 quilômetros para cumprir o objetivo houve grande revolta. O correto seria os agentes deslocarem-se um dia antes para as cidades de Goiás, para desenvolver a operação nas primeiras horas da manhã. É um procedimento padrão que garante a eficiência das ações”, denuncia Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF)

O representante do sindicato conta que, ao escalarem os servidores para viajarem durante a madrugada para Goiânia, Anápolis, Goianésia, entre outras cidades do estado limítrofe, a PCDF colocou em risco a vida dos policiais, a segurança e o sucesso da operação.

“A forçosa necessidade de fazer economia ao não serem pagas míseras diárias, de cerca de cem reais, os delegados responsáveis pela operação expõem os servidores a acidentes no momento do cumprimento dos mandados judiciais, além de riscos de acidentes de trânsito nas rodovias, uma vez que a maioria dos policiais acaba dormindo por pouquíssimas horas na noite anterior”, acrescenta Gaúcho.

Segundo ele, a falta de planejamento adequado, tendo como objetivo a economia para o Estado e sem considerar a segurança dos policiais, pode colocar em risco toda uma operação policial.

“Os prejuízos causados pela quadrilha investigada são de valores extraordinariamente maiores do que o pagamento de diárias para os policiais. Exemplo clássico de que o barato pode sair caro”, pontua.

O presidente do Sinpol-DF informa, ainda, que a diretoria comunicará esse abuso ao Ministério Público do Trabalho e buscará outras providências cabíveis.

 

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