O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) considera inadmissíveis as declarações da secretária Márcia Alencar durante entrevista na manhã desta quinta, 3, em um telejornal local, quando comentava um latrocínio ocorrido no Riacho Fundo, em 21 de outubro.
Para a diretoria do Sinpol-DF, quando a secretária afirma que a Polícia Militar está investigando um crime fica claro, mais uma vez, o despreparo e a falta de conhecimento dela acerca das competências de cada uma das polícias.
É inconcebível que a própria secretária da Segurança Pública autorize a usurpação de uma função pública – o que é um crime, ressalte-se – por policiais militares, caso eles estejam, realmente, investigando qualquer tipo de crime.
A investigação do crime no Riacho Fundo foi iniciada pela 29ª Delegacia de Polícia, que atende à região onde o latrocínio ocorreu, mas a unidade está sem delegado-chefe. Na mesma data – 21 de outubro – o delegado que tinha essa função foi exonerado. O indicado para substituí-lo, não aceitou o cargo. O delegado-chefe-adjunto está em processo de aposentadoria e não está trabalhando.
O único delegado de expediente que poderia dar andamento ao caso, encontra-se afastado por licença médica. Portanto, a delegacia está sem comando e continua assim até hoje. Por esse motivo, o inquérito não foi instaurado na 29ª DP e nem a ocorrência, despachada. Em virtude dessa ausência de Delegado na unidade, a instauração do inquérito foi avocado pela DRF. Isso evidencia a total falta de gestão na Polícia Civil do DF.
A população tem se queixado, constantemente, da falta de policiamento ostensivo nas ruas de todo o Distrito Federal. O Sinpol-DF já tem denunciado que a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar têm aumentado o número de policiais militares trabalhando descaracterizados, ou seja, sem uniforme e viatura identificada.
Ao retirar policiais militares do patrulhamento ostensivo caracterizado, a Secretaria provoca aumento da sensação de insegurança pois os criminosos e a população não enxergam os PMs nas ruas.