Do G1 DF
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu uma mulher de 29 anos suspeita de aplicar o golpe “boa noite, Cinderela” na capital. Segundo a corporação, ela usava aplicativos de relacionamento para atrair homens, depois os drogava e roubava pertences.
Pelo menos oito vítimas já foram identificadas. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita confessou os crimes e apontou aos investigadores o local onde deixava os objetos das vítimas. A prisão ocorreu na última terça-feira (17).
Segundo as investigações, a mulher interagia com homens em aplicativos de relacionamento, pelo apelido de “Morena Gostosa”. Ela marcava encontros com as vítimas, que geralmente eram moradoras do Recanto das Emas e de Samambaia.
A polícia afirma que, durante o encontro, ela sugeria que fossem a um motel. Antes disso, porém, pedia ao homem que parasse em algum bar para tomar uma bebida. Segundo as investigações, nesse momento a suspeita colocava calmante no copo da vítima.
Quando o medicamento fazia efeito e o homem estava vulnerável, a mulher retirava dele informações como senhas de cartão de crédito, que ela usava para fazer compras em mercados e lanchonetes.
Ainda segundo a polícia, ela furtava objetos de valor que a vítima carregava no momento da abordagem, como celulares, joias, carteira.
Ao fim da ação, ela deixava a vítima e o carro em algum estacionamento em Ceilândia, onde o homem acordava após o efeito do medicamento e não conseguia se lembrar de nada do que havia acontecido.
Outras vítimas
Segundo o diretor-adjunto da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Luiz Henrique Dourado Sampaio, ela vai responder por roubo qualificado, por usar droga que deixava as vítimas em situação de vulnerabilidade.
“Ela é muito articulada. Em cada golpe conseguia roubar uma quantia de R$ 3 mil a R$ 4 mil das vítimas”, explica Sampaio.
Ainda segundo o delegado, mais vítimas ainda devem ser identificadas.
“As oito ocorrências das quais já temos conhecimento, provavelmente são apenas uma fração do número de vítimas dela. A investigação acredita que muitas vítimas nem chegaram a denunciar o crime”, afirma.
Irmão também é suspeito
A Polícia Civil chegou a Érika através do irmão dela, preso em julho deste ano. Ele confessou o assassinato do taxista e policial militar reformado João Batista Pereira, em maio.
Segundo as investigações, ele chamou o taxista e, durante a corrida, ofereceu o mesmo remédio usado pela irmã nos crimes. Em seguida, o suspeito roubou o militar e incendiou o táxi com a vítima dentro, em uma área rural do Recanto das Emas.
João Batista foi resgatado, mas morreu alguns dias depois em decorrência das queimaduras. A polícia suspeitava que a irmã havia participado do crime, mas o suspeito assumiu a autoria sozinho.