Do Metrópoles

Encarcerado no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, um detento ordenou uma série de arrombamentos a caixas eletrônicos no Distrito Federal. Investigação coordenada pela Divisão de Repressão a Furtos (DRF) identificou a presença de uma organização criminosa comandada por Romário Carvalho de Moura, que cumpre pena de 20 anos no presídio maranhense, justamente por explodir terminais bancários.

As apurações apontam que o bando se especializou em ataques usando maçaricos para abrir o cofre dos caixas. Entre outros crimes, a quadrilha teria participado do ataque ao caixa eletrônico instalado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ocorrido na Asa Norte em 6 de junho deste ano, e do arrombamento do terminal que fica no Centro de Saúde nº 3 do Riacho Fundo.

A Operação Torch foi deflagrada em sigilo para prender os integrantes da organização criminosa no DF e em Tocantins. A ação também mirou o líder do grupo, que será recambiado do Maranhão para o Distrito Federal. De acordo com as investigações, o presidiário repassava todas as informações para os outros membros da quadrilha, inclusive lhes ensinando como manusear o maçarico e em que pontos do caixa eletrônico a ferramenta deveria ser usada.

Os investigadores da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) localizaram e prenderam todos os comparsas do presidiário ao longo da última semana. Dois deles, Diego Ângelo da Silva Martins e Wender Pereira Coimbra Júnior, foram os autores do arrombamento no centro de saúde do Riacho Fundo.

Ambos foram presos e serão apresentados em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (04/09/2019), no Departamento de Polícia Especializada (DPE).

A investigação ainda demonstrou que Romário e Diego estavam aliados a Herica de Santana e Luciana Alves de Sousa, suas respectivas esposas. “Herica é quem repassava as ordens do marido, líder preso da organização criminosa. Cabia a ela também a transferência de valores utilizados na aquisição de material de arrombamento”, afirmou o diretor da DRF, delegado Fernando Cocito.

Ainda segundo o policial, Luciana era a ponte entre Diego e Romário. “Ela não apenas sabia das empreitadas como também ajudava na preparação, inclusive recebendo e guardando peças de maçarico”, explicou o diretor da DRF.

“Normalmente, os ataques com maçaricos são realizados em Brasília por sujeitos de outros estados, principalmente do Sul do país, mas aqui identificamos delinquentes locais que recebiam apoio logístico e intelectual de criminosos de Tocantins e Maranhão”, acrescentou Fernando Cocito.

Veja vídeos da Operação Torch:

Prisão em Tocantins

Durante as apurações da DRF, Diego e Luciana foram flagrados recebendo peças de maçarico na Rodoviária Interestadual de Brasília. Os equipamentos, vindos da cidade de Gurupi, em Tocantins, foram encaminhadas por outros dois integrantes da organização criminosa: Frederico Guimarães Filho e Hélida Maria Ferreira Andrade. O casal conferia apoio logístico ao grupo, adquirindo e encaminhando as peças para os ataques, conforme determinações de Romário.

Diego, Luciana e Herica foram presos em Samambaia, em 27 de agosto. Na residência do casal foram encontrados os maçaricos utilizados no ataque. Hélida foi presa em Gurupi, no dia seguinte.

Dos nove integrantes da quadrilha, Frederico e Wender ainda permanecem foragidos. No dia de sua prisão, Diego estava na companhia de Manoel Isac de Almeida. No carro dele, os policiais encontraram ferramentas, luvas e fixadores plásticos idênticos aos utilizados no ataque ao Posto de Saúde nº 3 do Riacho Fundo.

Ainda durante as investigações, a DRF identificou que Manoel e seu filho, Marcos Ramos de Almeida, também participaram do ataque ao caixa eletrônico do Posto de Saúde nº 3 do Riacho Fundo, agindo na companhia de Diego, Wender e outro suspeito, ainda não identificado.

Pai e filho foram presos em 29 de agosto, quando deixavam o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

 

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