Do G1 DF
O Tribunal do Júri ouviu, na manhã desta sexta-feira (27), a última testemunha de acusação do processo contra Adriana Villela. O perito papiloscopista Rodrigo Menezes de Barros, da Polícia Civil do Distrito Federal, é responsável pelo laudo que aponta a presença da digital de uma das mãos da arquiteta na cena do crime.
Esse é o dia mais esperado do julgamento, segundo os promotores, pois o documento apresentado vai contra o depoimento da
O caso foi em 2009 e ficou conhecido como “crime da 113 Sul”. Na época, foram mortos o pai dela, José Guilherme Villela – ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – a mãe, Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva.
No depoimento, o papiloscopista usou apresentações no computador para explicar com o laudo foi feito. O método, desenvolvido em parceria com Universidade de Brasília (UnB), aproveitou as digitais colhidas na cena do crime, em 2009. Um ano após os assassinatos, o perito fez outro procedimento.
Investigação
Em agosto de 2010, acompanhado de uma equipe e de Adriana Villela, o perito papiloscopista foi até o apartamento das vítimas para colher possíveis evidências.
Ele reproduziu as condições climáticas da época, usou a mesma técnica de recolhimento das impressões digitais e realizou um novo exame.
O advogado de acusação disse que a perícia identificou digitais de uma das mãos de Adriana Villela na porta do armário do escritório, onde foi encontrado o corpo de Maria Villela, mãe da acusada.
acusada. O Ministério Público afirma que essa é “a prova de que Adriana Villela mentiu” ao dizer que não esteve no apartamento dos pais quando eles foram mortos.
A defesa de Adriana Villela afirma que o laudo não tem metodologia comprovada (veja detalhes no G1).
Ainda de acordo com a promotoria, Adriana disse que tinha ido ao apartamento dos pais, pela última vez, no dia 13 de agosto de 2009, quinze dias antes do crime, o que, nas palavras do promotor, não é verdade.
O resultado da investigação foi comparado com as digitais colhidas na época do crime, e o laudo aponta compatibilidade da impressão digital de Adriana Villela, de três a nove dias dentro período dos assassinatos. Segundo o papiloscopista, o exame tem 95% de confiança.
O que diz a defesa
A defesa de Adriana Villela afirma que o laudo não tem metodologia comprovada, e trouxe dois peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo e do Distrito Federal para apontar as falhas do laudo.
Durante a sessão, a defesa também leu cartas que foram trocadas entre mãe e filha, para mostrar o carinho e a boa relação que Maria Villela tinha com Adriana.
O que está em jogo
Adriana Villela, de 55 anos, é ré por triplo homicídio em um processo com mais de 20 mil páginas. No dia do crime, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília, foram assassinados:
o pai dela, José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 38 facadas;
a mãe dela, Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, com 12 facadas;
a empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, com 23 facadas.
Adriana sempre negou todas as acusações. A defesa dela argumenta que o “processo é uma distorção psicológica feita pelo Ministério Público”. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, alega que uma “linha do tempo” feita pela defesa comprova todos os passos da acusada no dia do crime.
Já o MP sempre disse ter convicção de que Adriana esteve na cena do crime e foi a mandante dos três assassinatos. Para a acusação, o laudo comprova a presença de impressões digitais dela em um dos cômodos do apartamento da família.
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