Do Metrópoles

Fábio do Vale, 38 anos, que assassinou a esposa de seu tio, Maria Almeida do Vale, 68, em um condomínio do Paranoá, na última quinta-feira (08/08/2019), chegou a Brasília na tarde deste domingo (11/08/2019) por volta das 14h30. Ele foi trazido de avião por uma equipe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), responsável pelo caso, depois de ter sido capturado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Sertão de Pernambuco.

Vale foi preso pelos agentes na estação rodoviária de Ouricuri (PE), distante cerca de 620 quilômetros da capital do estado, Recife, na noite de sexta-feira (09/08/2019). Ele estava dentro de um ônibus interestadual no momento da abordagem e será apresentado na delegacia na manhã de segunda-feira (12/08/2019).

Veja:

Feminicídio

Na noite de sábado (10/08/2019), o crime foi reclassificado como feminicídio pela Polícia Civil do Distrito Federal. Conforme a delegada-chefe da 6ª DP, Jane Klébia, a mudança do status da ocorrência se deu em função do vínculo familiar – ela era tia de consideração – e da condição de fragilidade da vítima, uma idosa com dependência financeira.

Fábio seria inicialmente indiciado por homicídio, mas a delegada Jane Klébia reconsiderou a opção. Maria foi brutalmente assassinada dentro da casa de parentes, no Paranoá. Vinda de Minas Gerais, ela estava em Brasília para visitar os familiares e voltaria para a terra natal ainda na quinta, mas foi encontrada morta em um barracão nos fundos da residência onde estava hospedada.

Momentos depois do crime, o sobrinho suspeito pelo crime embarcou em um ônibus com destino ao Piauí e depois pegou outro coletivo em direção a Pernambuco.

Com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da PRF do Piauí, os policiais conseguiram descobrir o itinerário da viagem e localizar o homem em Ouricuri. Ele informou que de lá seguiria para Caruaru, no Agreste de Pernambuco e, em seguida, para Alagoas. O suspeito foi detido e encaminhado à delegacia de Polícia Civil da região.

Crime

A vítima passou quatro dias no DF. Ela dormia nos fundos da casa dos parentes, em uma espécie de barracão, quando foi atacada. O homem estava no quarto ao lado. A família se encontrava na residência da frente, mas ninguém ouviu nada. Maria foi achada morta com capacete e uma camisa na cabeça, enrolada em cobertores. No tronco, uma calça de moletom do acusado. A suspeita é de que ela tenha morrido por esganadura.

O criminoso levou R$ 600 da própria mãe e R$ 200 da vítima. O homem seria dependente de cocaína, segundo a família. Ele usa drogas desde os 13 anos de idade, de acordo com informação dos parentes.

“Ela estava vestida com uma camisa camuflada e uma calça de moletom masculina que eram dele. Há muitos sinais de agressão na cabeça, no corpo”, destacou a delegada Jane Klébia, chefe da 6ª DP (Paranoá). O caso é tratado como homicídio.

Uma moradora do condomínio disse que soube do crime por acaso. “Vim na casa de outra vizinha e vi os carros da polícia. Eu conheço os pais dele [do suspeito]. São bem tranquilos, educados”, frisou. “Triste demais”, disse outra.

Alcenir Ribeiro dos Santos, 54, é um dos parentes do acusado. Ele conta que todos estão abalados. “É um ajudando o outro, na medida do possível. Conheço o Fábio desde menino, o apelido dele era Pipoca. Ele sempre foi tranquilo, o mal que ele fazia era para ele mesmo. Desde adolescente, tem muito conflito com drogas. A gente demora a acreditar. O conheço desde garotinho, tentamos levar pra igreja… Uma pessoa em sã consciência não faria isso que ele fez”, ressaltou.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado para prestar socorro à vítima, mas quando a equipe chegou ao local Maria já estava sem os sinais vitais. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) por volta das 15h.

Ainda não é possível precisar o horário em que o crime ocorreu, pois ninguém ouviu nada. Mas os investigadores acreditam que Maria tenha sido assassinada entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira. A motivação também não está clara para os policiais. É possível que o acusado possa ter surtado.

Filiação