Do Metrópoles

A Polícia Civil do DF (PCDF) prendeu o empresário Carlos Humberto Pereira Montenegro, de 59 anos, condenado pelo homicídio de Patrícia Melo, 21, ocorrido em 7 de janeiro de 2005. A prisão ocorreu na noite dessa quinta-feira (22/08/2019).

Condenado a pena de 13 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio, Montenegro estava foragido, segundo a PCDF, desde setembro de 2018, quando foi transitado em julgado sua condenação e expedido o mandado de prisão definitiva pela Vara de Execuções Penais (VEP/DF).

Após levantamento realizado pela Polícia Civil do Amapá, policiais da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) se deslocaram até Belém (PA) para efetuar a sua prisão.
Em pleno horário de rush, e após várias horas de campana, os policiais civis do DF o encontraram dirigindo e efetuaram a prisão na Avenida Independência (uma das principais via de Belém).

O empresário, após ter sido preso, novamente alegou inocência, e foi recolhido ao sistema carcerário do Pará. A Polícia Civil do DF informou ainda que ele é investigado por diversos crimes contra a administração pública praticados no estado do Amapá e havia sido preso em 2009 pela operação Exérese da PF.

Muito influente no Amapá, Carlos Humberto Montenegro poderá ser trazido ao DF nos próximos dias. A operação foi batizada de Diké, em referência à deusa da justiça, conhecida como a vingadora dos violadores da lei.

O outro lado

A defesa de Montenegro contesta as informações da PCDF. Segundo o advogado Thiago Machado, o empresário não estava foragido. “Em 2017, foi informado à VEP-DF o endereço do meu cliente em Belém”, afirmou. Disse, ainda, que há um recurso referente à condenação sendo discutido no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com Machado, a Polícia Civil do DF não teria competência para fazer a prisão, uma vez que em outubro de 2008 a VEP-DF declinou da competência do caso para a Justiça do Pará. “Para prendê-lo, precisariam de autorização de lá”, informou.

O caso

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), Carlos Montenegro teria empurrado Patrícia para a morte depois que ela recusou investida sexual dele, versão que a defesa do empresário sempre negou. Quando foi assassinada, em janeiro de 2005, Patrícia Melo era empregada da empresa de seu algoz. Conforme a perícia, ela foi jogada de uma altura equivalente a 43 metros.

Na época, Montenegro contou que os dois tinham ido a um bar no Pier 21 e ele a deixou no hotel. Logo depois, ela teria se jogado da janela. Ele ainda argumentou que a jovem sofria de depressão.

Na denúncia do MP, entretanto, consta outra história: “O denunciado, contudo, descontente com a recusa, mas insistindo no propósito de tê-la a qualquer custo, houve por bem em trazê-la para Brasília, com o propósito dissimulado, vindo ambos a se hospedar no mesmo quarto, num hotel de luxo da capital. Ocorre, porém, que, como a vítima não cedeu ao assédio, recusando-se a com ele permanecer na cidade (não tinha completado nem 24 horas em Brasília), o denunciado, em revide, a lançou do alto do 14º andar do prédio, pela sacada do quarto abaixo”.

 

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