Do Metrópoles

Investigadores da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes Contra a Administração Pública e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Cecor) prenderam o último foragido do esquema que apura o desvio de R$ 26 milhões no Banco do Brasil.

O alvo da prisão encontrava-se na Europa. Na tarde desta segunda-feira (13/05/2019), o avião onde estava o empresário – que mora em Curitiba (PR) – fez escala no Aeroporto Juscelino Kubitschek. Os policiais, então, deram voz de prisão no terminal brasiliense.

Na última sexta-feira (10/05/2019), os investigadores já haviam prendido outro empresário, que também faz parte do esquema. Dono de uma firma de cobrança, ele foi detido na cidade de Rondonópolis, em Mato Grosso.

A operação Crédito Viciado cumpriu 17 mandados de prisão temporária e 28 de busca e apreensão na manhã de quinta-feira (09/05/2019). As ações ocorreram no Distrito Federal e em oito estados. O esquema fraudulento envolvia ex-servidores do Banco do Brasil, além de funcionários de 11 empresas especializadas na cobrança de dívidas bancárias.

Os policiais conseguiram identificar os suspeitos de roubar R$ 15.758.738,49 do banco. O valor foi bloqueado pela Justiça. No entanto, as apurações indicam que o esquema criminoso provocou um rombo ainda maior: R$ 26 milhões apenas entre os anos de 2017 e 2018.

De acordo com a PCDF, as empresas terceirizadas envolvidas recebiam o percentual de comissão superfaturado devido à fraude sobre os valores ressarcidos pelos clientes às instituições financeiras. Os suspeitos são acusados de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Os funcionários do Banco do Brasil utilizavam um erro técnico para repassar as comissões de forma manual e assim pagavam valores maiores às empresas de cobrança. Como contrapartida, pessoas vinculadas às companhias desembolsavam quantias vultosas aos servidores do BB, diretamente ou por meio de terceiros, em forma de propina.

As investigações da Cecor começaram em janeiro de 2019, devido a ameaças sofridas por executivos da instituição financeira. Elas foram motivadas pela decisão estratégica do Banco do Brasil em não renovar contratos com 117 empresas de cobrança de dívidas para que o serviço de recuperação de créditos fosse feito pela empresa BB Tecnologia e Serviços (BBTS).

A deflagração da operação, batizada de Crédito Viciado, contou com apoio operacional das polícias civis de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro (Departamento Geral de Combate à Corrupção). A PCDF informou que o Banco do Brasil está colaborando com as investigações.

 

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