O exame toxicológico de Natália Ribeiro dos Santos, 19 anos, confirma que a jovem havia consumido bebidas alcoólicas no dia em que morreu afogada no Lago Paranoá, no fim da tarde do domingo 31 de março. O laudo elaborado por peritos do Instituto de Medicina Legal (IML), ao qual o Correio teve acesso, também aponta a presença de drogas no organismo da jovem, mas não traz conclusões sobre o dia em que os entorpecentes foram usados. Depoimentos de amigas sugerem que o uso pode ter acontecido no dia anterior.
De acordo com a perícia da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), 24 horas após a morte de Natália, havia 0,7 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. As drogas cujos traços foram encontrados são cocaína, metanfetamina e anfetamina.
O documento será uma das peças que ajudará a 5ª Delegacia de Polícia, responsável pelas investigações, a apurar o caso. Também estão sendo analisadas imagens de um vídeo da câmera de segurança do Grupamento de Fuzileiros Navais, vizinho ao Caalex, que mostrou Natália e um jovem de 19 anos, morador da Asa Norte, entrando no lago.
O uso de álcool e drogas por parte da vítima foi citado no depoimento de uma amiga dela, que foi ao churrasco no Clube Almirante Alexandrino (Caleex). Uma amiga da universitária, de 20 anos, contou que Natália tomou três copos de vodka com água e suco em pó, cerveja e uma dose de Velho Barreiro. Já outra amiga, de 19, disse que Natália comentou estar “virada” desde quinta-feira (28 de março) e admitiu ter dividido uma bala de ecstasy com ela.
Defesa
O defensor público Carlos André Praxedes, que defende o rapaz visto entrando no lago com Natália e que tinha uma mordida no braço, anunciou que dará entrevista coletiva às 15h desta segunda-feira (15/4). É provável que Praxedes argumente, com base no laudo, que não há motivos para que o jovem representado por ele responda por homicídio. Ao Correio, o defensor adiantou que “analisa todas as possibilidades” na defesa do rapaz.
O laudo cadavérico confirmou a morte por afogamento e destacou que as marcas no corpo de Natália ocorreram depois da morte, ou seja, não foram decorrentes de agressão. A reportagem procurou a defesa da família de Natália, mas, até a última atualização desta matéria, não obteve retorno.