Do G1 DF

A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu o inquérito que investigava a morte da estudante Natália Costa, 19 anos. Segundo as apurações, a jovem se afogou acidentalmente. “Não houve homicídio”, afirmou o delegado-chefe da 5ª DP, Gleyson Mascarenhas.

Apesar da conclusão de óbito acidental, o jovem Wendel Yuri de Souza Caldas, 19 anos, que chegou a ser investigado por envolvimento na morte da estudante, foi indiciado por omissão de socorro. De acordo com o delegado, apesar de estar embriagado, o rapaz deveria ter procurado socorro para a vítima.

“Acreditamos que, naquele momento em que a vítima estava se afogando, ele não tinha condições físicas de prestar socorro. Por estar embriagado. Mas nós também não podemos afirmar que ele não tinha condições de pedir ajuda”, explicou Mascarenhas.

O crime é de menor potencial ofensivo e a pena-base varia entre um e seis meses de reclusão. Como no caso a jovem morreu, a sanção pode ser triplicada. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do DF, que decidirá se apresenta denúncia contra o rapaz.

Investigação

O caso ocorreu no dia 31 de março. Segundo a investigação da polícia, Wendel Yuri estava embriagado e desacordado em um parquinho próximo a um clube da Marinha, no Lago Sul, onde ele e Natália aproveitavam uma festa. Os dois não se conheciam, de acordo com o delegado.

Em determinado momento, a jovem teria se aproximado e jogado um copo de bebida na cabeça dele. A apuração indica que os dois iniciaram então uma brincadeira. Eles teriam rolado na grama juntos e mordido um ao outro.

Depois, decidiram entrar no lago. Segundo a Polícia Civil, ambos mergulharam, mas Natália não retornou à superfície.

A investigação apontou que existe um declive entre 2,5 metros e 3 metros próximo à região onde os dois mergulharam, o que pode ter causado o afogamento da jovem.

A polícia diz que após perceber que a estudante não havia retornado, Yuri teria tentado procurá-la. Sem sucesso, ele acabou saindo do lago e retornando à festa. O corpo de Natália foi encontrado no dia seguinte.

Críticas

Ao informar as conclusões do inquérito, o delegado também comentou afirmações críticas feitas por representantes da família da vítima, que pediam mais “transparência” nas investigações. Segundo o delegado, o inquérito foi bem fundamentado.

“Com relação a essa alegação de que a polícia não investigou a fundo, ela não tem base nenhuma. Nós ouvimos 35 pessoas durante a investigação, 32 delas estavam no churrasco. Foram produzidos diversos laudos. A questão é que as investigações às vezes não agradam determinada parte”, argumentou.

O delegado também afirmou que o pedido da família de Natália para que fosse realizada uma reconstituição dos fatos “não tem utilidade nenhuma”. De acordo com Gleyson Mascarenhas, a dinâmica do ocorrido já foi esclarecida e a única pessoa que poderia participar da reconstituição, o jovem Wendel Yuri, já indicou que não tem interesse.

No último dia 24, familiares de Natália Costa fizeram uma manifestação em frente à 5ª DP, onde o caso era investigado. O ato ocorreu no dia em que a jovem completaria 20 anos de idade. Além de pedir mais clareza na investigação, o grupo soltou balões brancos, bateu palmas para homenagear a estudante e fez uma oração.

 

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