Do Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou megaoperação na manhã desta terça-feira (19/3) para desarticular organização criminosa que causou prejuízo de até R$ 12 milhões, clonando dados de cartões de crédito e fraudando boletos bancários para fazer compras de grandes volumes de eletrônicos e produtos importados. A ação foi batizada de Operação E-commerce 2.

São cumpridos 11 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão no DF, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde um dos investigados trabalha, São Sebastião, Guará, Recanto das Emas, além de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Hortolândia e Anápolis, em Goiás.

Um computador foi apreendido com o servidor no STJ. Em outros endereços, a PCDF encontrou “máquinas mineradoras” de moedas virtuais.

A investigação é conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). Os criminosos podem responder por estelionato, receptação, lavagem de dinheiro, crime eletrônico e organização criminosa. Segundo a polícia, o grupo utilizava site de comércio virtual para consumar a prática dos crimes.

Ao Metrópoles, o STJ confirmou que um computador foi apreendido, mas que aguarda a conclusão das investigações para tomar, se for o caso, medidas administrativas contra o servidor.

R$ 6 milhões

A primeira fase da operação foi deflagrada em junho do ano passado. Na época, a Corf identificou a associação criminosa que causou prejuízo estimado em cerca de R$ 6 milhões em sites de vendas pela internet. Duas pessoas foram presas no Cruzeiro Velho.

De acordo com as investigações, os estelionatários lesaram, pelo menos, mil consumidores em 2018. Entre as vítimas, estão pessoas físicas e jurídicas. O golpe, segundo o delegado Rodrigo Carbone, consistia em falsificar boletos bancários por meio do monitoramento fraudulento de e-mails enviados pelos fornecedores e recebidos pelas vítimas.

“Elas recebiam boletos bancários de compras efetuadas em sites e lojas virtuais ou mesmo de fornecedores físicos já conhecidos. Porém, antes de efetuarem o pagamento, recebiam um segundo boleto, já adulterado, contendo um outro código de barras, na maioria das vezes com valor inferior em relação ao primeiro boleto emitido.

A partir da denúncia de um empresário do DF, de 30 anos, a fraude se concretizava quando as vítimas realizavam o pagamento desse segundo boleto, supostamente enviado pelo fornecedor. Por conta da adulteração, os pagamentos eram feitos para a compra de produtos diversos, como celulares, computadores e cervejas especiais.

Na residência do Cruzeiro, os agentes realizaram a apreensão de várias mercadorias adquiridas pelo grupo de maneira fraudulenta. “O endereço servia de fachada. Demonstrava residir uma família com a presença de crianças, mas teria sido alugada pelo grupo para receber e armazenar os objetos avaliados em pelo menos R$ 700 mil”, destacou Carbone.

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