Polícia do DF prende quadrilha especializada em sequestros relâmpagos

Do Correio Braziliense

Grupo mantinha vítimas de sequestro relâmpago em cativeiro enquanto fazia compras e saques com o cartão

Integrantes de uma quadrilha especializada em praticar sequestros relâmpagos no Distrito Federal foram presos em uma operação da Divisão de Repressão a Sequestros da Polícia Civil. A ação, intitulada Captare, ocorreu entre sábado (11/3) e terça-feira (14/3), quando os investigadores prenderam cinco integrantes do bando, sendo quatro homens, um deles com 16 anos, e uma mulher.

De acordo com a polícia, o grupo agia da seguinte forma: em vez de segurar a vítima no carro, exigiam dela a senha e a colocavam em um cativeiro, libertando-a após concluir os saques e as compras com o cartão subtraído. Um dos integrantes preso, Adilson Rodrigues, 29 anos, teria relatado à polícia a intenção de sequestrar o dono de uma rede de supermercados do Centro-Oeste. Seriam exigidos R$ 3 milhões para a liberação da vítima. Uma casa já tinha sido alugada para servir de cativeiro. Adilson, segundo a polícia, é foragido do sistema prisional de São Paulo, onde foi condenado a 20 anos pelo crime de latrocínio.

Os outros detidos na operação são: Yuri Ferreira Dourado, 20 anos, com passagem por roubo majorado, praticado ano passado; Matheus Bruno Ferreira Dourado, 22, roubo majorado cometido em 2015, Andreia do Nascimento Xavier, 27 anos, sem antecedentes, além do rapaz de 16 anos. Captare, em latim, quer dizer, “pegar, agarrar e tomar”.

Os crimes

Em 6 de dezembro de 2016, uma mulher foi abordada nas proximidades do supermercado Tatico, na Ceilândia. O grupo a colocou em um cativeiro na QNO 19, conjunto 45, casa 10, na mesma cidade, enquanto o resto do bando fazia saques no shopping de Águas Lindas, (GO) e no Alameda Shopping, em Taguatinga.

Em 3 de dezembro de 2016, uma mulher e seu filho foram abordados em um estacionamento público, próximo ao Taguatinga Shopping. Os autores mantiveram a mãe e filho amarrados no interior do veículo, enquanto os comparsas realizavam saques e compras no cartão dela. Eles roubaram o veículo.

Está em apuração o envolvimento do bando na tentativa de latrocínio praticada contra um homem e uma mulher, ocorrido em 5 de dezembro de 2016, em Taguatinga. As vítimas foram abordadas quando deixavam a garagem de casa. Um senhor de 73 anos, depois de rendido, foi em direção a um dos assaltantes e acabou sendo alvejado por um disparo de arma de fogo.

O que diz a lei

Segundo o artigo 157 do Código Penal, o crime majorado ocorre quando se “subtrai coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. A pena é aumentada em até metade, se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; se há a prática do crime com duas ou mais pessoas, dentre outros.