Em clima amistoso, Rollemberg inaugura Instituto de Identificação

Do Metrópoles

Apenas faixas de protesto foram colocadas pelos policiais civis, que reivindicam equiparação salarial com a Polícia Federal

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) inaugurou nesta terça-feira (14/2) a nova sede do Instituto de Identificação da Polícia Civil. A construção é uma antiga reivindicação da categoria, que briga desde o ano passado com o Governo do DF por reajuste salarial. Os policiais civis querem a equiparação com a Polícia Federal. Com a promessa de receber uma proposta no próximo dia 24, a categoria preferiu não acirrar os ânimos. A pressão ao socialista por aumento na remuneração se restringiu à colocação de faixas de protesto na entrada do prédio.

“A operação PCDF Legal está mantida nas delegacias, mas abrimos uma negociação com o governo e estamos esperançosos”, explicou Rodrigo franco, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol). “Estamos otimistas e acreditamos que o impasse será resolvido. Já estamos há muito tempo negociando o reajuste, o que gera um desgaste na instituição”, completou Rafael Sampaio, do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo).

O governador se comprometeu a apresentar uma proposta de reajuste na semana que vem, quando terá uma ideia do comportamento da arrecadação com o início do pagamento de tributos como o IPVA. Para esta quarta (15), está previsto um novo encontro para que o Palácio do Buriti mostre dados sobre a sua situação financeira. “Reabrimos o diálogo com a Polícia Civil. Teremos reuniões essa semana e reuniões mais concretas no fim do mês”, confirmou o governador.

Em dezembro do ano passado, os policiais federais conseguiram reajuste de 37%, a ser pago em três parcelas até 2019. Os delegados da PF, por exemplo, terão remuneração de até R$ 30,9 mil em três anos. No caso dos agentes, o salário chegará a R$ 18,6 mil. Os servidores do DF querem o mesmo aumento.

Instituto de Identificação
A nova sede do Instituto de Identificação custou R$ 4,5 milhões e foi erguida no espaço onde funcionava a Direção-Geral, no complexo da instituição. A edificação tem dois pavimentos e ocupa uma área de 3.438 m². “Esse prédio é uma marca para a PCDF, é um pleito antigo. Representa a valorização da categoria”, afirmou o diretor-geral da corporação Eric Seba.

O instituto conta com pisos, forros, revestimentos, instalações de combate a incêndio, acessibilidade com piso tátil e novos banheiros. A rede elétrica foi reestruturada para atender às novas demandas de equipamentos e evitando sobrecarga dos circuitos.

O novo espaço conta com laboratório de alta tecnologia, em área de 593 metros quadrados. A aquisição de elevador está em processo de licitação.

O Instituto de Identificação utiliza a metodologia científica para fins de identificação humana e determinação de autoria em infrações penais. Entre suas atribuições, destacam-se as identificações civis e criminais, as perícias papiloscópicas e necropapiloscópicas em locais de crime e laboratório, bem como as perícias de representação facial humana e prosopográfica.

Em 2016, o instituto emitiu 211.972 carteiras de Identidade, tendo alcançado 22.157 em janeiro deste ano e realizado 2.504 exames de impressões digitais. O trabalho é realizado por 205 peritos-papiloscopistas, integrantes da carreira de Polícia Civil.

Déficit de pessoal
De acordo com a Associação Brasiliense de Peritos e Papiloscopistas do DF, o número de servidores no local é insuficiente. O ideal seriam 360 servidores. O presidente da entidade, Rodrigo Meneses, disse que 124 candidatos aprovados no último concurso já fizeram o curso de formação e estão aptos para assumir o cargo.

Porém, afirma, “apenas 10 alunos serão chamados neste ano. O que é motivo de preocupação, pois os profissionais que ficam estão sobrecarregados”.