Direção da PCDF foi complacente com cortes (Fotos: Paulo Cabral/Arquivo Sinpol-DF)

Da Assessoria de Imprensa

Não bastassem quase duas dezenas de delegacias de polícia fechadas aos fins de semana e à noite, o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) denuncia que o Governo do Distrito Federal (GDF) cortou R$ 5,4 milhões da Polícia Civil do DF (PCDF).

“A cada dia fica mais claro o interesse do governador em sucatear a polícia investigativa, diante da maior crise de falta de efetivo policial, o que tem acarretado na demora nas investigações e nas prisões. O GDF aplica mais um duro golpe contra a PCDF”, denuncia Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sinpol-DF.

Pelo menos duas licitações para aquisição de novas viaturas foram barradas pelo governos nos últimos dias. Enquanto isso, 40% da frota tem mais de 10 anos de uso. E a prioridade tem sido viaturas da Polícia Militar do DF, que ficam paradas em vias públicas.

“Nas Centrais de Flagrante materiais básicos não são encontrados, tais como luvas, papel toalha e álcool gel. Material este que serve para segurança e higienização dos policiais durante inspeção de presos com suspeita de doenças contagiosas”, conta Gaúcho.

O Sinpol-DF também denúncia que materiais de escritório básicos estão em falta ou simplesmente não funcionam, tais como canetas e grampeadores. Os policiais precisam comprar ou levar de casa, se quiserem ter agilidade no trabalho.

“Ao invés de investir mais na PCDF, diante do cenário de aumento da violência, o governo prefere retirar recursos para melhorar sua imagem, com propagandas”, afirma o presidente do sindicato.

O corte no orçamento da PCDF aconteceu uma semana após a aprovação da reforma da previdência na CLDF, quando dois deputados distritais, que representam a categoria, votaram contrariamente ao governo.

A retaliação também veio após o Sindicato ter denunciado a manipulação de dados da criminalidade e de ter revelado que o Fundo Constitucional terá incremento de R$ 500 milhões, ao contrário do que tentou demonstrar a secretária de planejamento do GDF, Leany Lemos.

Apesar de um aumento nas operações que prenderam dezenas de quadrilhas nas últimas semanas, o corte no orçamento da PCDF ainda contou com a complacência de sempre da atual direção-geral da Polícia Civil, que parece concordar com a proposital humilhação pela qual passam os policiais civis.

“Já denunciamos, há bastante tempo, que o objetivo do GDF em manipular os dados da criminalidade é justamente retirar recursos da Segurança Pública. Agora, isso ficou mais cristalino do que nunca. A Segurança Pública e a PCDF precisam se tornar uma prioridade. Enquanto isso não acontecer, a população sofrerá com o aumento da violência”, finaliza Gaúcho.

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