Do G1 DF

Foi enterrado em Brasília, na tarde desta quinta-feira (8), o corpo do policial civil Wescley Vasconcelos, 37 anos, assassinado com 30 tiros de fuzil na última terça-feira (6) em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, próximo da fronteira do Brasil com o Paraguai.

Durante a cerimônia, um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou o cemitério, jogando flores. A irmã do policial, Fabíola Vasconcelos Dias, resumiu o sentimento dos amigos e parentes. “É uma dor imensurável”, disse ela.

“Ainda estamos sem acreditar. Nos apegamos no orgulho do pai, do irmão que ele foi. Ele fez toda diferença”.

Ana Paula Vasconcelos, tia do investigador, pediu justiça. Segundo ela, policiais que trabalhavam com o sobrinho contaram que ele estava investigando “alguém grande” e que isso acabou incomodando os traficantes da região.

“Ele foi um homem honrado e honesto até o fim. Nunca se corrompeu e, talvez por isso, tenha pago com a própria vida.”

Já o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF, Paulo Roberto, afirmou que o crime foi uma tentativa de intimidar o trabalho das polícias. “Ele não morreu por acaso. Morreu porque fazia um trabalho brilhante de ajuda às polícias do Brasil inteiro”, disse ele.

“Foi um atentado para tentar nos calar, mas não vão conseguir.”

O investigador Wescley Vasconcelos foi surpreendido em uma emboscada a poucos metros da casa onde morava em Ponta Porã, perto da 1º Delegacia de Polícia Civil da cidade. Segundo testemunhas, ele havia saído do trabalho de carro, junto com uma estagiária, para pegar algo em casa e, no caminho, foi baleado.

A mulher foi atingida por tiro de raspão e encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã. O carro em que ela e Wescley estavam ficou com marcas de tiros de fuzil Ak-47, que é de fabricação russa.

O corpo do brasiliense foi trazido para o DF na quarta-feira (7), após homenagens das polícias civil e militar de Mato Grosso do Sul. Vasconcelos começou a carreira como policial militar na Bahia e, há quatro anos, passou em um concurso público para se tornar policial civil em Ponta Porã. Ele era pai de dois filhos pequenos.

*Sob supervisão de Maria Helena Martinho

 

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