Agentes da Polícia Civil do Distrito Federal vão cruzar os braços a partir das 8h desta quarta-feira (1º/11). A paralisação segue até 8h de quinta-feira (2/11).
Durante a mobilização, os integrantes da corporação só farão registro de ocorrências graves, como homicídios, estupros e latrocínios.
A suspensão temporária foi decidida em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (31/10), em frente ao Palácio do Buriti, que contou com a participação de mil policiais.
O movimento ocorre devido à insatisfação dos membros da força com o Governo do DF, que se recusa a conceder reajuste salarial da ordem de 37%, o que devolveria à corporação a histórica paridade com a Polícia Federal. “Sempre recebemos igual à PF. Temos o mesmo regime jurídico, regido pela Lei Federal nº 4878, de 1965. Queremos manter essa isonomia, mas está sendo dificultada pelo governo local”, diz o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Rodrigo Franco.
Os manifestantes também cobram a contratação de 4 mil policiais, o que corrigiria um déficit de mão de obra. “Há dinheiro, há recursos, só não há vontade política”, acusa Franco.
Corte de ponto
A Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais do GDF informou que tem negociado com os policiais civis desde 2015 e ofereceu mais de quatro propostas para atender às reivindicações da categoria, todas recusadas.
A pasta esclareceu não ser possível arcar com novos reajustes sem uma nova fonte contínua de receitas e ameaçou cortar o ponto dos policiais que faltarem ao serviço.
“Será aplicada a Lei de Geral de Greve, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, com regras que preveem corte de ponto e de vantagens nos dias de falta dos servidores que participarem de greves e paralisações”.