trazendo uma solução na tecnologia AFIS, uma vez que não tem capacidade de operar ou dar suporte à ferramenta que estava em uso desde 2008.
No entanto, nesses quase 40 dias desde o início do contrato, o que se tem no Instituto de Identificação é uma sequência de tentativas e erros e nenhuma confecção de laudos periciais com autoria de crimes. A média diária, até maio, era de 30 laudos criminais apontando suspeitos de crimes.
Todo o trabalho automatizado não tem sido executado por falta de funcionamento das máquinas. Nem mesmo um teste anterior ao contrato foi exigido da nova empresa, o que indicaria a inoperância do sistema dela.
Prejuízos
Mesmo que o Instituto de Identificação dispusesse de todo o efetivo necessário – o que não é o caso, pois assim como em toda a PCDF há falta de servidores – não há como lidar de forma manual com um banco de impressões digitais de quase quatro milhões de pessoas, número que corresponde à atual população do Distrito Federal. Por isso, é necessário que a solução AFIS esteja em pleno funcionamento, a exemplo do que ocorre na Polícia Federal e nas polícias de todo o mundo.
Os problemas com a inoperância do AFIS têm gerado prejuízos sem precedentes ao trabalho da Polícia Civil: normalmente, as impressões digitais coletadas numa cena de crime, por exemplo, precisariam ser inseridas pelo perito papiloscopista no banco de dados do Instituto de Identificação e posteriormente comparadas para se chegar à autoria.
Com a incapacidade técnica da empresa contratada em operar o sistema, os policiais civis do Instituto teriam que checar, manualmente, em cada uma das 40 milhões de impressões digitais cadastradas – cada pessoa cadastra as impressões dos dez dedos – até encontrar semelhanças que indiquem o autor de um crime.
Desde 14 de julho a comparação só pode ser feita se a Delegacia de Polícia oferecer algum suspeito do crime. No DF, porém, são registradas, por dia, 600 ocorrências criminais. O volume de serviço acumulado, portanto, é imenso. Trata-se de um retrocesso de décadas em tecnologia e eficiência.
Quando a ferramenta estava em uso, antes da nova contratação, houve casos em que os crimes foram solucionados em até duas horas com a apresentação da identidade do autor pelos peritos papiloscopistas da PCDF.
Nesses 40 dias, a investigação dos crimes que possuem impressões digitais dos autores está parada, pois não há como inseri-las no banco de impressões digitais e realizar o confronto. A perícia criminal das impressões digitais coletadas em locais de crime também está parada. Os crimes não estão sendo solucionados no DF como deveriam.
Fonte: Sinpol-DF