Do G1 

As sete adolescentes que cumprem medida socioeducativa em uma unidade de internação do Guará, no Distrito Federal, foram atingidas por infecções de pele na última semana. De acordo com a Secretaria da Criança, elas foram levadas ao hospital na sexta-feira (4) e diagnosticadas com escabiose – doença popularmente conhecida como “sarna”. A pasta apura o caso.

As jovens dormem na unidade do Guará e, durante o dia, vão à escola e participam de atividades culturais. Nos fins de semana, elas são autorizadas a voltar para casa. Com o diagnóstico de sarna, elas foram autorizadas a cumprir o atestado de 7 dias em casa.

O caso só foi descoberto porque as internas reclamaram de coceira na pele. Nesta segunda (7), a unidade de semiliberdade do Guará recebeu novos colchões, mas o espaço estava vazio. Segundo a Secretaria da Criança, o local passou por limpeza e desinfecção no sábado (5).
A sarna foi uma das várias infecções de pele identificadas no Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião, desde o mês passado. Até o fim da última semana, balanço da Secretaria de Segurança Pública já apontava mais de 2,6 mil pessoas infectadas.
Responsável pelo sistema socioeducativo, a pasta da Criança afirma que o complexo prisional não tem interligação com as unidades para adolescentes. À TV Globo, a secretaria admitiu que as jovens podem ter tido contato com os presos do regime aberto ou semiaberto, no tempo livre.

“A transmissão da escabiose é, geralmente, por três vias. Contato direto, pele a pele, através da via sexual, e terceiro, através de alguns utensílios como lençóis, toalhas”, explica a médica infectologista Joana D’Arc.

Falta de suprimentos

O presidente do Sindicato dos Agentes Socioeducativos do DF, Walter Marques de Lima, afirma que o problema pode ter sido agravado pela falta de condições básicas de higiene nas unidades. Segundo ele, há carência de luvas para os profissionais, e de materiais básicos como sabonete e papel higiênico para os internos.

“Há a falta de uma política mesmo de prevenção para essas doenças. Um exemplo, é servidores relatarem que, por semana, o adoscelente chega a receber um sabonete e um rolo de papel higiênico. Isso é inadmissível”, afirma.

O subsecretário em exercício do Sistema Socioeducativo, Carlos Augusto Pereira, contesta a informação. “Na parte de estoque, tanto de sbaonete, como creme detntal, hoje tem sim suprimeintos para poder fazer a entrega pros adolescentes”, diz.

Papuda e Colmeia

Na sexta, a Secretaria de Segurança Pública confirmou que uma detenta da Penitenciária Feminina, única unidade prisional que não havia registrado caso de infecção, contraiu impetigo, uma doença causada por bactéria. Ela foi isolada e está em tratamento com antibióticos, informou a SSP.

O Presídio Feminino fica no Gama, a uma distância de 40 km do Complexo da Papuda onde mais de 2,6 mil detentos estão com doenças de pele – o que representa 17% do total de internos. Um agente de polícia de custódia também foi infectado, segundo o Sindicato de Policiais Civis do DF (Sinpol).

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