A estrutura montada recebe shows e eventos voltados à classe alta de Brasília. Os ingressos para um evento privado são estratosféricos. No ano passado o GDF investiu R$ 100 mil por meio da falida Terracap. Esse ano escancarou os cofres ainda mais. Para financiar o Na Praia /2017 a Secretaria de Cultura captou R$ 699.997,48
 Enquanto faltam agulhas e descarpaks que custam menos de 1 real e que servem para o descarte de material como lâminas de bisturi, lancetas, vidros e ampolas em toda a rede de saúde do DF, o governo Rollemberg “torra” dinheiro público, a vontade, no evento privado que acontece desde 30 de junho e vai até o dia 27 de agosto na Orla do Paranoá. O “Na Praia” já mordeu mais de meio milhão de reais do GDF e lucra uma fortuna com a venda de ingresso e ainda tem segurança de graça bancada pelo Estado

O governo de Brasília, que diz não ter dinheiro para nada, tem sido generoso, a cada ano, com os organizadores do mega evento que ocupa uma área pública de 4 mil metros quadrados na Orla do Paranoá próximo a Concha Acústica.

A estrutura montada recebe shows e eventos voltados à classe alta de Brasília. Os ingressos para um evento privado são estratosféricos. No ano passado o GDF investiu R$ 100 mil por meio da falida Terracap. Esse ano escancarou os cofres ainda mais. Para financiar o Na Praia /2017 a Secretaria de Cultura captou R$ 699.997,48 na proporção de 99% do valor total do projeto para renúncia fiscal.

O Radar apurou que além do dinheiro público injetado por Rollemberg , os organizadores do Na Praia contam ainda com um grande efetivo de policiais militares, policiais civis e bombeiros militares para fazer a segurança dos eventos. O que falta para o resto do DF onde a população se sente acuada pelos bandidos com registro de assaltos, estupros e latrocínios têm de sobra para garantir dos eventos culturais com fins lucrativos que ocorre na região mais nobre de Brasília.

“Somente na manhã de sexta-feira, 21, três pessoas foram assassinadas no DF. Uma delas em um assalto de veículo em Planaltina. Também em Planaltina um homem foi morto com vários tiros. Na Candangolândia, um vigilante foi friamente assassinado, durante um assalto. No entanto, o governo de Brasília insiste em tentar passar para a população a sensação de que tudo está bem, manipulando números da violência” , contou ao Radar, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco – o Gaúcho.

SINPOL VAI A JUSTIÇA

A juíza substituta Cristiana Torres Gonzaga, da 1ª Vara de Fazenda Pública do DF decidiu na tarde de ontem, sexta-feira, a pedido do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), suspender uma ordem de missão assinada pelo diretor-geral da corporação, Eric Seba, em que convocava agentes para fazer a segurança dos eventos do Na Praia para que agentes atuassem na segurança do evento privado.

A Ordem destacava a missão como “especial” e pedia que os agentes dos setores estivessem disponíveis durante toda a programação, de 30 de junho a 27 de agosto, período em que ocorre o evento musical.

No entendimento da magistrada, o Na Praia é um evento privado, “de modo que já está (ou deveria estar) guarnecido por um esquema próprio de segurança privada. Além disso, justifica-se o deslocamento de Policiais Militares que, dentre suas atribuições específicas, está o policiamento ostensivo como medida preventiva da prática de ilícitos. Assim, em princípio, não se revela necessário o reforço desse policiamento pela Polícia Civil do Distrito Federal”, decidiu.

Apesar de efeito imediato da sentença a Procuradoria-Geral do Governo Rollemberg anunciou que irá recorrer para garantir a segurança do evento privado realizado na Orla. Resta saber por que esse interesse todo. Aí tem coisa.

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