A novidade agora é a implantação de três “superdelegacias” que concentrarão as maiores e mais delicadas investigações conduzidas pela corporação. A ideia é fundir coordenações e departamentos hoje responsáveis pela apuração de infrações financeiras, contra o patrimônio público, crime organizado e de proteção à pessoa.
A previsão é de que as novidades sejam implementadas no decorrer do segundo semestre deste ano. Os delegados que comandarão essas coordenações e departamentos ainda estão em processo de escolha pela direção-geral da Polícia Civil.
A Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e a Divisão Especial de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap) serão transformadas em uma única unidade. Essa delegacia ficará com todos os inquéritos que investigam crimes financeiros, como lavagem de dinheiro, além de grupos criminosos organizados e delitos envolvendo desvios de recursos públicos.
Outra mudança é a criação de uma coordenação destinada à repressão aos crimes contra o patrimônio. Os investigadores lotados nesse setor vão apurar crimes como roubos, furtos e latrocínios (roubo seguido de morte). Haverá seções especializadas para combater cada uma dessas naturezas criminais.
A terceira modificação vai transformar a Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida) em uma unidade especializada ainda maior. O Departamento de Proteção à Pessoa será formado por equipes multidisciplinares compostas por delegados, agentes, peritos criminais e papiloscopistas. A mesma estrutura terá funções especiais para acolher e proteger vítimas e testemunhas-chave de crimes graves que precisem de acompanhamento.
Nesse último caso o objetivo é que crimes como homicídios sejam investigados com mais rapidez. “Quando um assassinato ocorrer, as equipes completas irão para o local, já para fazer a análise e colher provas sem que elas se percam. A meta é chegar ao assassino da forma mais célere possível”, explicou um policial que tem acompanhado as decisões internas de restruturação. Para evitar retaliações, ele pediu para ter a identidade mantida sob sigilo.
A Divisão de Comunicação da PCDF confirmou que existem mudanças em curso, mas apenas o diretor-geral da corporação, Eric Seba, se manifestará sobre as novidades em momento oportuno. Já o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) não retornou os contatos para comentar o assunto.
(CARLOS CARONE)