De acordo com a corporação, funções foram alteradas e, consequentemente, houve readequação salarial. Praças também querem benefício

Uma publicação do Diário Oficial do Distrito Federal desta terça-feira (21/3) teve grande repercussão junto aos policiais brasilienses, causando reclamações e indignação por parte de alguns deles.

O texto do documento trata da gratificação de oficiais da Polícia Militar e, no entendimento de militares não contemplados, representa a promoção e aumento dos vencimentos dos superiores da corporação.

Os praças, grupo composto por soldados, cabos e sargentos da PM, questionaram, através de blogs e redes sociais, o que entenderam como aumento nos valores das gratificações.

“Pelo visto a crise já passou. Crise esta que não passa para os praças, visto que sempre há uma desculpa pronta de dificuldade financeira para o ‘baixo clero’. Que tal você (governador Rodrigo Rollemberg-PSB) ao menos tentar ouvir os anseios da base”, dizia uma das publicações.

Consultada, a PMDF negou qualquer aumento na quantidade de gratificações ou nos seus valores. De acordo com o órgão, o que houve foi “apenas uma redistribuição nos cargos criados e extintos em decorrência da edição do Decreto 37.321, publicado em maio de 2016, que definiu a reestruturação administrativa e operacional da Polícia Militar do DF.”

Ainda segundo a PM, “o principal objetivo do decreto era enxugar a estrutura administrativa da Polícia Militar e ampliar a capacidade operacional”. Ou seja, oficiais que atuavam na área administrativa, por exemplo, foram mandados a campo e, por esse motivo, os salários foram readequados de acordo com os novos cargos ocupados.

No total, foram realocados 264 oficiais. No caso dos comandantes de batalhões como o de Operações Especiais (Bope) ou o de Choque, por exemplo, o valor da gratificação representa 39,67% do soldo de um coronel.

Para os comandantes dos demais batalhões, o valor é de 30,85%. Já para os subcomandantes, a gratificação fica em 22,04%. Ajudantes do subcomandante-geral e chefe do Estado Maior terão 17,74%. No que se refere aos órgãos de apoio, a gratificação é de 8,81%.

Isonomia
O Metrópoles conversou com o sargento Manoel Sansão, vice-presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiros do DF. Ele também se posicionou de forma contrária ao suposto aumento.

Sou contra. Se for para aumentar, deve ser para todos. Nosso salário está muito defasado

sargento Manoel Sansão, vice-presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiros do DF

Outras categorias também ficaram descontentes com a situação. É o caso dos policiais civis, que cobram aumento salarial por parte do GDF. Integrantes da PCDF chegaram a reclamar da publicação do DODF nas redes sociais. No entanto, procurado pela reportagem, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol/DF) não se posicionou sobre o caso.

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