Categoria pressiona GDF para revogar circular que prevê substituição dos não efetivos, caso eles também parem de entrar em sala de aula

O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) mobilizou a categoria para um ato público em frente à Secretaria de Educação do Distrito Federal nesta quinta-feira (16/3).

A mobilização tem por finalidade pressionar o governo pela imediata revogação da circular que ameaça substituir os professores temporários que aderirem à greve da categoria.

A portaria foi publicada na terça-feira (14), um dia antes do início da greve nacional dos servidores da Educação. “Podemos dizer que a nossa greve em Brasília teve uma adesão massiva. Nós repudiamos a circular e queremos que o secretário Júlio Gregório revogue o documento, e reconheça o direito de greve de todos os professores”, afirmou o diretor do Sinpro Cleber Ribeiro Soares.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

O documento, assinado pelo subsecretário de Gestão de Pessoas da Secretaria de Educação, Isaías Aparecido da Silva, afirma que os professores substitutos são contratados temporariamente para ocupar os postos de servidores efetivos em seus afastamentos legais. Logo, fica subentendido que não poderiam se ausentar do serviço durante o movimento grevista dos colegas concursados.

Ainda segundo o diretor do Sinpro, a categoria não vai aceitar a diferenciação entre professores temporários e efetivos. “A greve vai continua por tempo indeterminado. A nossa avaliação sobre tudo isso é a de que o governo começa muito mal no processo de negociação. A orientação do sindicato é para que os diretores de escolas não cumpram a circular”, disse Cleber Ribeiro Soares.

Em nota, o Governo do Distrito Federal destacou que tem mantido diálogo constante com os trabalhadores. No caso dos professores, alegou o GDF, foram realizadas seis reuniões com representantes do Sinpro somente em 2017. A última delas ocorreu em 7 de março, e uma nova está agendada para a próxima semana.

O governo informou ainda que cumprirá a Lei Geral de Greve aplicada ao serviço público, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, com regras que preveem corte de ponto e de vantagens nos dias de falta aos servidores que participarem de greves e paralisações. Tudo para que os serviços prestados à população não sejam ainda mais prejudicados.

Reunião cancelada


Também na manhã desta quinta, o governador Rodrigo Rollemberg jogou, mais uma vez, um banho de água fria nas pretensões dos policiais civis. Mobilizada, a categoria reivindica reajuste em seus vencimentos, com equiparação salarial aos valores pagos à Polícia Federal. De acordo com o sindicato da categoria (Sinpol-DF), os policiais brasilienses aguardam por uma negociação com o Executivo local desde o ano passado.

A reunião marcada para às 11h desta quinta-feira, na qual seria discutida a proposta com os deputados da Câmara Legislativa e representantes dos sindicatos de policiais civis, foi cancelada pelo Buriti. O comunicado chegou aos deputados na noite de quarta (15/3). O governo alega que não vai se sentar para discutir o assunto enquanto a Câmara Legislativa se recusar a votar os projetos que ali tramitam. Os distritais, por sua vez, obstruíram a pauta na tarde de quarta, dizendo que só retomariam as votações quando o GDF negociasse com os policiais civis.

Policial civil, o deputado Cláudio Abrantes (Rede) lamentou o posicionamento do governo. “Os deputados entraram em obstrução para pressionar o GDF a receber os policiais civis e, por isso, o Rollemberg cancelou o encontro. É muito ruim essa queda de braço. Estarei ao lado da categoria até que eles sejam recebidos e essa situação se resolva”, afirmou.

Em nota, o Sinpol comunicou que nesta quinta e sexta-feira (17), a diretoria do sindicato estará reunida, internamente, com as lideranças e com as bases da categoria, a fim de montar as estratégias de mobilização dos policiais civis para os próximos dias.

“Esclarecemos à sociedade que esta situação já vem sendo protelada há mais de um ano, por falta de uma postura proativa do Governo do Distrito Federal. O que queremos apenas é a solução de um impasse que já dura praticamente toda a gestão do atual governo, para, enfim, concentrarmos todo nosso esforço em prol do que sabemos fazer: retirar das ruas criminosos de alta periculosidade e mantê-los encarcerados em razão das provas robustas que colhemos por meio da atividade fim dos policiais civis, que é a investigação” diz trecho do texto.

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