Humberto Carrilho*

Acredito que estamos vivendo um dos piores momentos da atualidade, no mundo e no Brasil. Todos querendo defender seu lado, mas não se atentam para a gravidade da doença.

Meu nome é Humberto Carrilho, tenho 46 anos, policial civil há 21 anos e atualmente lotando na Policlínica. Sempre ativo e atleta. Mas isso não quer dizer nada! Peguei a Covid-19 e estou em casa tem 6 dias – isolado, sem sair.

Há seis dias com febre de 38° a 39°, dor no corpo todo, sem vontade nem de levantar da cama. E o médico ainda falou que esses sintomas são os leves. Imagina aqueles que estão em estado grave e gravíssimo na UTI!

Eu ainda tenho pelo menos 10 dias de sofrimento.

Alguns não vão sentir nada, só transmitir a doença, pois não sabem que têm. Outros vão sentir esses sintomas leves e outros vão pra UTI. Talvez não sobrevivam.

Meus irmãos estão fazendo compra para mim, pois não posso sair. Mas tenho fé em Deus que vou sobreviver, porque ainda tem o risco de piorar – o pior da doença vem depois do sexto a sétimo dia.

Sou professor de Jiu-jitsu também, muitos amigos me chamaram para treinar, mas sempre descartei, pois sabia do meu risco de pegar, já que estava trabalhando todos os dias!

Por isso peço a consciência de todos. Se cuidem! Não é fácil! Fui na rede pública e já estão quase lotados, no limite. A doença é nova e ninguém tem um protocolo certo.

Mediante tudo isso, fica a reflexão de quem está sentindo na pele, não só as ações do vírus, mas também a fragilidade da nossa rede pública de Saúde!

Somos frágeis. E quando banalizamos a potência desse vírus, banalizamos também a dádiva que é a vida!

“Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos” – 1 Pedro 5:9

*Humberto Carrilho é policial civil do Distrito Federal e integra os quadros da instituição desde 1999, como agente policial de custódia.

 

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