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Calendário de visitas do Sinpol-DF às delegacias foi retomado nesta quarta (Fotos: Otto Peyerl/Sinpol-DF)

Na tarde desta quarta-feira, 6, a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) esteve novamente mobilizada a fim de visitar as delegacias do DF e ouvir as demandas dos policiais. Desta vez, a unidade visitada foi a 35ª DP, em Sobradinho II.

A visita, que tinha o intuito de aproximar a diretoria e a base e levantar as dificuldades diárias enfrentadas pelos policiais, serviu, principalmente, para reforçar as recomendações de conduta e segurança que já vinham sendo repassadas nas visitas às outras unidades.

Tratou-se, por exemplo, sobre a maneira como o problema da falta de efetivo vem se arrastando por decisões como as de permitir o funcionamento de plantões com três ou menos policiais, quando a Academia de Polícia recomenda pelo menos três pessoas para atender ocorrências externas.

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Gaúcho aconselhou os policiais a não ceder às dificuldades e não colocar a integridade física em risco

“Temos que pensar na nossa segurança pessoal e começar a dizer não, começar a refletir sobre os riscos de se assumir essa responsabilidade, pois contraria aquilo que nos ensinou a Academia”, destaca o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho.

DELEGACIA INSALUBRE

O centro das discussões, no entanto, foi a situação das instalações da 35ª DP, que é alarmante. Segundo relatos dos policiais que atendem em Sobradinho II, a delegacia funciona há nove anos em situação insalubre e indigna, o que deixa a vida dos policiais e da população em risco, à mercê da insegurança.

Rincon também orientou os policiais a acionarem o Sinpol-DF e formalizarem tudo o que for irregular
Rincon também orientou os policiais a acionarem o Sinpol-DF e formalizarem tudo o que for irregular

A porta da delegacia é de vidro e ficar em frente à rua, deixando a unidade vulnerável. Há fiações antigas e expostas, cadeiras quebradas e rasgadas, escadaria sem corrimão, divisórias de cômodos improvisadas e rachadas, cela e dormitórios mal conservados, documentos e objetos apreendidos que ficam amontoados em pequenos espaços. São apenas alguns dos problemas vislumbrados nas imediações da 35ª DP.

“Já fiquei sozinha na delegacia à noite, porque os colegas foram atender ocorrência, e já ficamos uma semana com a porta da frente quebrada, que só foi consertada com o dinheiro dos servidores. Todas as delegaciais têm problemas, mas aqui, particularmente, não temos segurança nenhuma e estrutura mínima para trabalhar”, destaca uma policial lotada na unidade.

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Delegacia de Sobradinho II funciona de maneira provisória há nove anos; as dificuldades para o trabaho só aumentam

Para Gaúcho, a situação é reflexo de uma Polícia Civil que não é vista como uma área prioritária de investimento para o Estado. “A Polícia como instituição e o Governo não têm nos tratado com o devido respeito, com o devido cuidado, por isso temos que nos acautelar mais ainda”, disse o presidente.

IRREGULARIDADES

Além de recomendar o uso de cautela, o Sinpol-DF convidou os colegas da 35º DP a participarem do encontro entre plantonistas da PCDF e diretoria do sindicato, que acontecerá nesta quinta-feira, 7, às 14h, no Sinpolzinho, sede do Sinpol em Taguatinga.

No encontro, serão apresentadas as dificuldades comuns e também sugestões de ações para que o sindicato, junto com a categoria, opte por novas e efetivas medidas de mobilização. “Estamos chamando a categoria porque é chegada a hora de tomar medidas mais enérgicas. Medidas que funcionem e realmente chamem atenção para nossos problemas, que não são poucos”, disse Gaúcho.

Para além da reunião com os plantonistas, o primeiro vice-presidente do Sinpol, Renato Rincon, lembrou aos policiais, alguns recém-chegados à PCDF, que o registro de todas as irregularidades vivenciadas nas delegacias é o primeiro passo para que as coisas possam caminhar e que o Governo se sinta pressionado a fazer algo concreto pela categoria.

“Precisamos criar o hábito de formalizar todos os nossos atos de serviço. Formalizar quando extrapolamos as 40 horas semanais; quando é exigida jornada dupla com treinamento pela manhã e expediente normal à tarde; quando somos escalados para escoltas em hospitais; e dar ciência disso ao sindicato, para que se possamos demandar judicialmente pelos nossos direitos”, afirmou.

Rincon também lembrou que há um plantão semanal de diretores do Sinpol-DF, escalados para atender demandas urgentes da categoria, como o descumprimento de ordem ou dever funcional em razão da falta de efetivo, ou qualquer outro constrangimento que o policial civil enfrente.

“Também temos que criar o hábito de ligar e chamar o Sinpol quando algo errado acontecer”, alertou o primeiro vice-presidente do sindicato.

Ao fim da visita, a diretoria reafirmou seu compromisso com a defesa da vida, saúde e integridade dos policiais e da sociedade, ainda que o panorama atual seja caótico. “Hoje temos sempre que antecipar riscos, porque o pior pode acontecer a qualquer momento. Para reverter esse quadro, trabalhamos sempre junto à categoria que jamais deve se calar e contornar os problemas da PCDF sozinha”, disse Gaúcho.

 

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