Reunião geral na Agepol - 22.09.16

Da Comunicação Sinpol-DF

Relatório do GT das Atribuições está há 300 dias engavetado
Relatório do GT das Atribuições está há 300 dias engavetado

Diante do posicionamento do Governo do Distrito Federal (GDF) em fechar as portas da negociação, o Sinpol-DF convocou para a tarde desta quinta, 22, uma reunião geral com sindicalizados, representantes sindicais, dirigentes do Sindepo-DF e das demais associações de classe.

O grupo discutiu as estratégias que devem ser deliberadas na assembleia desta sexta, 23, 14h, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

O consenso é de que a mobilização deve ganhar novos contornos e que a categoria deve estar preparada para um período longo de luta pela manutenção da isonomia. Sobretudo, os próximos dias exigirão sinergia entre todas as entidades.

Para o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, o GDF empenhou esforços para que os policiais civis rejeitassem as propostas apresentada. A avaliação dele é de que ao fechar um acordo com a categoria, o governo teria que ceder às demais – principalmente aos policiais militares e bombeiros.

“O governo não quer nos oferecer nada. Vislumbramos um cenário com perspectivas ruins. Por isso devemos adotar uma estratégia madura, pois se desistirmos o governo sairá vitorioso”, advertiu Gaúcho.

ENTIDADES

À mesa, além dele, estavam Rafael Sampaio, presidente em exercício do Sindepo-DF, Rodrigo Meneses, presidente da Associação Brasiliense dos Peritos Papiloscopistas (Asbrapp) e diretor de Informática adjunto do Sinpol-DF, Fábio Braga, vice-presidente da Associação Brasiliense dos Peritos Criminais (ABPC), Carlos Lima, diretor da Associação Brasiliente dos Agentes Policiais de Custódia (AAPC), Francisco D’Sousa, presidente da Associação Geral da Polícia Civil (Agepol) e Aluísio Trindade, presidente da Associação Brasiliense de Medicina Legal (ABrML).

Para Rafael Sampaio, o momento é de planejar o movimento a longo prazo, sem perder o foco na isonomia. Segundo ele, está claro que a categoria policial civil não é prioridade para o governador.

“O governo não quer manter nossa isonomia. A nossa atuação deve ser política, pois será um movimento longo e temos que nos manter na luta”, defendeu.

D’Sousa reiterou a necessidade de judicializar a questão. Segundo ele, é preciso questionar a competência do GDF para legislar sobre a remuneração dos servidores da Polícia Civil do DF (PCDF).

“Nesse aspecto, temos tudo ao nosso favor. Se há alguém que pode dizer algo sobre nossa paridade, é o governo federal. Mais que histórica, nossa paridade é legal porque quando o Fundo Constitucional ainda não existia a legislação já obrigava a União a pagar nossos salários”, explicou.

ATUAÇÃO

A mesma tese foi defendida por Carlos Lima, da AAPC. Para ele, o GDF administra mal o Fundo Constitucional “desrespeitando a lei e a Constituição”. “Não podemos abrir mão desse direito que conquistamos. O nosso grande dilema é que vivemos uma situação híbrida, pois trabalhamos para dois entes”, acrescentou.

Fábio Braga defendeu a manutenção da “PCDF Legal” e disse que os peritos criminais estão em sintonia com os demais cargos. “As propostas do GDF são um engodo. Trabalhando em conjunto, teremos sucesso”, afirmou.

Para Aluísio Trindade, o momento também é de unir esforços. “A negociação está praticamente esgotada. Se usassem o Fundo conforme dita a Constituição, haveria dinheiro”, disse. Já Rodrigo Meneses, em um rápido pronunciamento, afirmou que a Asbrapp também está fechada com o movimento e que os Peritos em Papiloscopia apoiam as ações propostas até aqui em nome da luta pela isonomia.

MEDIDAS

Os sindicalizados e representantes que fizeram o uso da palavra sugeriram ações em várias áreas para aumentar a pressão em cima do governo. Houve quem reivindicasse mais engajamento dos delegados, pois ainda há muitas dúvidas sobre a adesão real deles.

O consenso é de que a atuação, a partir de agora, deve ocorrer em três eixos: político, operacional e jurídico.

No caso do primeiro, os sindicatos vão buscar apoio na Câmara Federal, junto à bancada do DF, e na Câmara Legislativa. O ex-vice-governador Tadeu Filippeli, hoje assessor do presidente Michel Temer, será novamente procurado para apoiar a categoria.

Também se buscará uma nova agenda no MPOG para discutir a recomposição salarial dos policiais civis. Outra linha de frente buscará o Tribunal de Contas da União (TCU).

“PCDF LEGAL”

Haverá, ainda, um trabalho de conscientização nas delegacias para que se fomente o debate acerca da publicação das atribuições atualizadas conforme relatório final do Grupo de Trabalho criado com essa finalidade. O documento está há 300 dias engavetado na Direção Geral da PCDF.

No eixo operacional, haverá a intensificação das ações da “PCDF Legal” com adição de mais itens, principalmente alguns que se respaldem na atividade de perícia criminal.

A atuação jurídica contemplará ações que visem garantir a manutenção da paridade e o fim dos desvios no Fundo Constitucional, além da busca por uma definição jurídica acerca da “paternidade” da PCDF.

As propostas serão detalhadas na assembleia desta sexta e colocadas em votação junto com o que for sugerido no momento de discussão.

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Filiação

2 COMENTÁRIOS

  1. Publicado em 01out2016, ora republicado.

    Senhores,

    Não sei em que pé andam as discussões de estratégias e, mesmo arriscando que já tenham ponderado sobre o assunto, gostaria de propor:

    1 – considerando que o Governador deve estar sendo acuado pelos militares(PM e CBMDF) no sentido de que, em havendo a concessão de reajustes à PCDF, ele seria cobrado para também estender a concessão a eles (militares), sob a ameaça de não ter como segurar aquelas categorias;

    2 – considerando que é notória a crise financeira que se abate sobre o Governo Federal, a maioria dos estados e o próprio DF, sendo que faz parte dos acordos de rolagem de dívidas a NÃO CONCESSÃO de novos reajustes, o controle de gastos em face à inflação medida no período anterior e limitado a determinado percentual da arrecadação, alem de outras medidas;

    3 – considerando que as despesas com a Segurança Pública do DF são arcadas pela União; e

    4 – considerando nossa isonomia com o DPF;

    5 – levando em consideração que o reajuste do DPF já foi concedido sem considerar o efeito “cascata” concernente à PCDF, o que implica em certa exigibilidade de nossa parte, sendo oportuno considerar que até mesmo o reajuste do STF vem sendo emperrado justamente devido ao efeito “cascata” que provocaria;

    PROPONHO: sejam promovidos meios no sentido de judicializar a questão do dissídio trabalhista contra o GDF no sentido de que o GOVERNADOR tenha ORDEM JUDICIAL como OBRIGAÇÃO DE FAZER para encaminhar a mensagem pela isonomia à Presidência da República. Com isto,o Governador poderia tempo todo responsabilizar a Justiça por obediência à ordem e não por autodeterminação, mantendo esse trunfo para repelir a ameaça dos militares.

    Tendo em consideração que, caso o Governador de fato não tenha a mínima vontade em enviar a mensagem, em sendo obrigado a fazê-lo, incorreria em desobediência judicial. É certo ainda que o mecanismo pode não ser o melhor ou mais adequado caminho, mas de imediato transferiria o foco do problema para a Presidência da República, que passaria a ser o alvo de nossa reivindicação.

    Se tudo pudesse ser feito de comum acordo, preferencialmente sem conhecimento, anuência e, dificilmente, a aquiescência dos militares da Casa Militar do Governador, facilitaria e agilitaria a solução.

    É a sugestão.

    ETELVINO GOMES